Nesta semana, em São Paulo, a Companhia do Metrô iniciou a operação comercial de 3 km do Monotrilho Linha Prata, entre as estações Oratório e Vila Prudente, com integração para a Linha 2-Verde. É o primeiro trecho dos 26,6 km planejados pelo governo paulista, que tinham prazo de conclusão para o final de 2013. A linha completa deveria ficar pronta em janeiro de 2016. As informações são de 2013 e estão registradas na seção Acompanhe a Mobilidade.
A abertura do trecho foi anunciada pelo governo paulista após uma semana em que vários órgãos da grande imprensa destacaram o atraso crônico dos projetos e obras do metrô paulistano. Há problemas nas obras da Linha Lilás, na Linha Amarela, no projeto da Linha Laranja, no Monotrilho para o aeroporto de Congonhas e também nas obras dos trens que ligarão o centro da cidade ao aeroporto de Cumbica, em Guarulhos.
Atraso ou paralisia semelhantes ocorrem em várias capitais do país, mas o fenômeno é mais visível nas cidades-sede da Copa de 2014. Basta conferir as versões originais (2010) da Matriz de Responsabilidades de cada cidade. À exceção de alguns quilômetros de corredores de ônibus e de trechos de VLTs implantados sobre antigas ferrovias no Nordeste, nada ficou pronto. Os monotrilhos e BRTs de Manaus, o VLT de Brasília, o metrô e os BRTs de Salvador, os novos BRTs de Curitiba, por exemplo, não saíram. E há Cuiabá, que sofreu a frustração de ver seu projeto de VLT paralisado.
Problemas nos transportes públicos já foram tema de sambas, marchas carnavalescas e de muitos documentários, como o curioso filme A luta pelo transporte em São Paulo, de Jean Manzon (1952). Naqueles anos as cidades brasileiras contavam com quase 1.000 km de trilhos de bondes, implantados entre 1900 e 1940, e posteriormente retirados das ruas entre 1950 e 1970. A ideia era abrir espaço para as modernas vias expressas, destinadas aos automóveis e ônibus. Deu no que deu e hoje a velocidade do tráfego não chega a 15 km/h nas grandes avenidas do país.
Enquanto as obras não saem do lugar, a solução é buscar alternativas a pé, de bicicleta, ou utilizando alguns dos vários aplicativos de mobilidade disponíveis no Brasil. Nosso colaborador Yuriê Cesar experimentou todos eles e aponta quais são os melhores. E, quando nada mais funcionar, use outro aplicativo, o Cidadera, disponível aqui na seção Mobilize-se. Reclame.