Na manhã de ontem (14), dia em que Campinas completa 241 anos, foram apresentados os ônibus elétricos que devem tornar a cidade paulista pioneira nacional nessa modalidade de transporte coletivo, com emissão zero de poluentes.
A incorporação dos veículos elétricos à frota de ônibus local, que soma mais de 1.200 unidades, foi anunciada em solenidade nas escadarias do Palácio dos Jequitibás, com a presença do prefeito Jonas Donizette, vereadores, secretários municipais e representantes das empresas de ônibus e da BYD, a montadora chinesa sediada em Campinas, que também fabricará paineis fotovoltaicos.
A incorporação dos ônibus elétricos à frota campineira será progressiva, dependendo dos contratos entre as empresas de transporte coletivo e a BYD.
A primeira empresa a contar com os veículos pode ser a Itajaí. Segundo a empresa, estão em curso as negociações pelo contrato de arrendamento. A incorporação dos veículos à frota de ônibus também depende da estruturação das estações de recarga das baterias, o que deve ser feito em cerca de 90 dias pela CPFL.
As baterias permitem uma autonomia de cerca de 260 a 300 km para os ônibus, que podem circular de duas a três horas. Segundo anunciou o prefeito Jonas Donizette, os primeiros ônibus elétricos devem circular na populosa região do Campo Grande.
“Esses ônibus são muito confortáveis, geram quase nenhum ruído e são ótimos para o meio ambiente”, disse o prefeito, para quem a cidade ganha e qualidade de vida com o incentivo ao transporte coletivo.
“Um ônibus circulando significa muitos automóveis na garagem, o que é muito importante para o meio ambiente, para a saúde das pessoas e para o trânsito, em uma cidade como Campinas, cujas ruas centrais são estreitas, tendo sido projetadas em outra realidade”, completou.
O prefeito acentuou que as cidades brasileiras precisam ampliar a discussão sobre a forma de financiamento do transporte coletivo. E observou que a chinesa BYD se instalou em Campinas em função da política adotada pelo governo municipal, de redução do ISS para empresas de base tecnológica, de 5% para 2%.
O diretor de marketing e relações governamentais da BYD Brasil, Adalberto Maluf, destacou que Campinas dá um passo importante, ao passar a integrar o clube de cidades globais que já contam com veiculos elétricos, nos Estados Unidos, Europa e Ásia.
Para o secretário municipal do Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Rogério Menezes, a incorporação dos ônibus elétricos à frota tem grande relevância, no momento em que a comunidade internacional se prepara para a Conferência do Clima (COP-21) no final do ano, em Paris, quando dever ser fixado um grande acordo mundial pela redução das emissões de gases que agravam o efeito-estufa.
Projeto amplo
O secretário municipal de Transportes e presidente da Emdec, Carlos José Barreiro, salientou que a incorporação dos ônibus elétricos à frota representa um aspecto importante como parte de um projeto amplo de remodelação do transporte e do trânsito em Campinas.
Também está prevista, segundo ele, a incorporação de ônibus híbridos, elétricos e a diesel. A instalação do transporte sobre trilhos, inicialmente na região de Viracopos, é outra meta do governo, disse Barreiro. “O objetivo é melhorar a qualidade dos transportes e mobilidade urbana em geral”, resumiu, lembrando que mais de 300 ônibus novos já entraram em circulação nos dois anos e meio da atual administração municipal.
O secretário municipal de Transportes também assinalou os esforços para a implantação do Plano Cicloviário Municipal, divulgado recentemente. Campinas já conta com 11 km de ciclovias e outros nove km de ciclo-rotas.A previsão é estruturação de 180 km de ciclovias em até três anos.
A primeira ciclovia foi implantada na avenida Mackenzie, e a segunda será anunciada nos próximos dias, para a avenida José de Sousa Campos (Norte-Sul). As próximas devem ser na avenida Baden Powell, distrito de Nova Aparecida, avenida Theodureto de Camargo e avenida Washington Luis.
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