Cidades mais compactas, integradas e sustentáveis

Excesso de muros, reais e conceituais, afeta o bem-estar nas cidades, afirmam urbanistas internacionais em evento do Sebrae em Cuiabá

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Fonte: Envolverde/ Sebrae  |  Autor: Rodrigo Vargas  |  Postado em: 06 de julho de 2015

Projeto de uma cidade sem carros, nos Emirados Ára

Masdar, projeto de cidade sem carros nos Emirados Árabes

créditos: Foster + Partners

 

Presos no trânsito, segregados em condomínios, privados da convivência nas ruas, os moradores das cidades vivem hoje o ápice de uma concepção fragmentada do espaço urbano. Por isso mesmo, a busca por sustentabilidade e, por consequência, pela melhoria da qualidade de vida, deve começar pela retomada de conceitos como a cooperação e o senso de comunidade.

 

Este panorama foi debatido nesta sexta-feira (3) durante a programação do segundo e último dia do Congresso Internacional de Sustentabilidade para Pequenos Negócios - Ciclos, promovido pelo Sebrae em Cuiabá. Secretário de Cultura em Santos (SP), cidade que possui o 6º melhor IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal) do país, o biólogo Fábio Alexandre Nunes defendeu o fim da "lógica umbilical". "Hoje as pessoas estão blindadas. O pensamento está cerceado. O shopping é o símbolo disso. Precisamos de novas gerações que tenham uma visão sistêmica e holística", afirmou.

 

O arquiteto Edson Yabiku, do escritório de arquitetura londrino Foster & Partners, apontou o excesso de barreiras e a segregação dos espaços de convivência como um dos fatores que interferem na sensação de bem-estar.


"Não espalhar, mas concentrar, misturar, diversificar. A cada muro que você constrói em uma cidade, a rua, que é o nosso espaço, o verdadeiro espaço público, morre um pouco", afirmou o arquiteto. 

 

Cidade de pedestres, sem carros

Com mais de 350 projetos executados em todo o mundo, o Foster & Partners tem adotado estes conceitos em projetos como o de Masdar, uma cidade "zero carbono" em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes. "Uma cidade de pedestres, sem carros, compacta, com ruas estreitas e com toda a estrutura de transportes no subsolo. O foco tem de ser nas pessoas", enfatizou.

 

O diálogo também contou com a participação da pesquisadora Deborah Pullen, da Building Research Establishment (BRE), fundação inglesa que é referência mundial em arquitetura e urbanização. Ela descreveu os conceitos que nortearam a bem-sucedida experiência com a revitalização de áreas degradadas de Londres durante a preparação para os Jogos Olímpicos de 2012. "Quando há uma decisão pela construção de novas moradias, é preciso considerar não apenas o retorno do investimento, mas também o impacto para o espaço urbano."

 

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