A partir de um estudo realizado no ano passado, pela Companhia do Metropolitano do Distrito Federal, a ONG Rodas da Paz traçou o perfil do ciclista que utiliza o Metrô-DF. O perfil foi feito com base no "Relatório de Resultados da Avaliação do Serviço do Metrô-DF" preparado pela empresa e representado graficamente com dados percentuais como idade, gênero, acessibilidade, estações mais freqüentadas pelos ciclistas e a finalidade dos deslocamentos feitos pelo sistema metroviário.
De acordo com a Rodas da Paz, o uso da bicicleta até uma estação de metrô amplia a área de abrangência do transporte sobre trilhos. O deslocamento a pé até a estação é cansativo e, de ônibus, aumenta o custo e o tempo de deslocamento do usuário. "Isso desestimula o uso do metrô", de acordo com a autora do estudo, a pesquisadora Mariana Paiva.
O relatório de resultados da avaliação do serviço do metrô de Brasília, realizado em 2014, revela que 2,2% dos usuários que utilizam o transporte sobre trilhos (cerca de 3 mil pessoas – o equivalente a duas composições cheias), chega às estações de bicicleta. Desses, 71,6% utilizam os dois modais para chegar ao trabalho; 12,6% usam para estudo e 11,6% para atividades de lazer e compras.
Embarques
As estações com mais embarques de ciclistas são Ceilândia Centro (18,9%) e Guariroba (10,5%). Enquanto as estações com mais desembarques de ciclistas são Central (10,5%), Arniqueiras (10,5%) e Praça do Relógio (7,4%). A acessibilidade nas estações é boa para 65,3% e regular para 23,2% dos usuários do sistema que também utilizam a bicicleta.
Na pesquisa de gênero, 69,5% dos ciclistas são do sexo masculino, enquanto 30,5% são mulheres. A idade de 67,4% desses usuários está entre 21 e 40 anos.
O perfil também detalha o nível de escolaridade. O estudo revela que 72,6% têm ensino médio completo; 66%,3% são empregados do setor privado, 7,4% são servidores públicos do GDF ou do Governo Federal. Além disso, 14,7% são estudantes e 51,6% têm renda familiar entre R$ 1.020 e R$ 3.060.
O relatório cita ainda uma tese de doutorado do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental da UnB. A autora, Mariana Paiva, ouviu, em 2013, 328 pessoas na região administrativa de Samambaia, localizada a cerca de 30 km do Plano Piloto. A maioria usaria a bicicleta como forma de integração com os trens se a segurança aumentasse e fossem criadas as condições ideais para se locomover sobre duas rodas pelas vias do Distrito Federal.
Ainda segundo a tese, o metrô teria 23% mais passageiros caso os terminais e as vias do DF garantissem o conforto e, principalmente, a segurança de ciclistas. Os que desejam complementar o trajeto com o metrô podem estacionar suas bicicletas nos paraciclos (estacionamentos para bicicletas) localizados próximos a algumas estações.
Algumas estações mais antigas ainda não estão equipadas com paraciclos. Em breve elas passarão por uma reforma para modernização e ganharão estacionamentos para bicicletas. Atualmente, 11 estações contam com paraciclos, num total de 1.094 vagas para bicicletas.
Confira as estações que têm paraciclos e quantidade de vagas:
102 Sul – 46
112 Sul – 49
Guará – 102
Concessionárias – 10
Ceilândia Sul – 68
Guariroba – 130
Ceilândia Centro – 127
Ceilândia Norte – 310
Ceilândia – 150
Samambaia Sul – 44
Samambaia – 58
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