Paulista aberta - uma São Paulo plural

Durante a inauguração da ciclovia da Paulista, a avenida ficou repleta de pessoas, revelando que o compartilhamento saudável do espaço público é uma demanda latente

Notícias
 

Fonte: Mobilize  |  Autor: Du Dias  |  Postado em: 30 de junho de 2015

Crianças brincam na Paulista

Crianças e adultos brincam na Paulista

créditos: Du Dias

 

A luta de grupos organizados da sociedade civil, em especial de cicloativistas, culminou numa enorme festa para a inauguração da ciclovia na principal avenida da capital paulista, realizada neste domingo (28). O evento ganhou o noticiário do final de semana e reuniu grupos de todo o país que compareceram para celebrar uma cidade para as pessoas. Ao contrário do que possa parecer, é dificil dizer se a maioria presente era de ciclistas, já que havia uma quantidade enorme de pessoas a pé, de skate, em cadeira de rodas, patins, patinete e alguns empurrando carroça.

 

Embora o tema central do evento tenha sido a inauguração da ciclovia, muito comemorada pela Ciclocidade (Associação de Ciclistas Urbanos de São Paulo), movimento por mais ciclovias na periferia, Bike é Legal, Vá de BIke, Bike Anjo, Silvia e Nina, entre tantos outros, o dia foi repleto das mais diversas manifestações a favor da construção de um espaço urbano para todos. Os coletivos presentes defendiam a ampliação da rede cicloviária na periferia; melhorias nas calçadas; abertura da avenida para as pessoas aos domingos; o compartilhamento das ciclovias com carroceiros; melhorias nas condições de deslocamento e ocupação dos espaços públicos por pessoas a pé; só para citar alguns exemplos. Cadeirantes puderam transitar livremente, ao lado de crianças e idosos celebrando uma emergente mudança de paradigmas. A celebração contou com música ao vivo e performances diversas.

 

Se a Paulista Fosse Nossa

Ao lado da rede Minha Sampa, o grupo SampaPé é um dos que defende a proposta de uma Paulista aberta para as pessoas todos os domingos. Intitulado “Se a Paulista Fosse Nossa”, o projeto criado por Leticia Sabino já conta com quase 2 mil adesões na plataforma Panela de Pressão. A abertura da avenida neste domingo serviu de exemplo, não só para a prefeitura municipal, mas também para estes grupos que articulados compuseram um cenário de diversidade, saudável e possível. A iniciativa contou com o apoio de várias outras organizações, como Pé de Igualdade; Cidade Ativa; CorridaAmiga; Red OCARA; Acupuntura Urbana; MUDA; Ping Point; Aromeiazero; Desbravadores de Sampa e muitos outros.

 

Cadeiras de praia foram espalhadas pela avenida e na calçada, onde havia também brincadeiras para crianças, aulas abertas, mesa de pingue pongue e outros recursos que exemplificam como pode ser uma cidade mais humana, lúdica e democrática. Pessoas de todas as idades, condições físicas e classes sociais fizeram intervenções na via, se apropriando do espaço público e mostrando a quem pertence a cidade.

 

A luta de grupos cicloativistas, que após tantos anos conquistou para São Paulo uma meta tangível, de 400 km de ciclovias, já está transformando a avenida cartão postal da cidade e serve de exemplo para outros grupos organizados construírem juntos um ambiente plural, onde o compartilhamento dos espaços seja natural e saudável. O evento se tornou um exemplo claro de que a cidade pode voltar a ser um ambiente de encontro e troca e não apenas de passagem.

 

Leia também:

Muito mais do que uma ciclovia

Um breve olhar crítico sobre a nova ciclovia paulistana


  • Compartilhe:
  • Share on Google+

Comentários

Nenhum comentário até o momento. Seja o primeiro!!!

Clique aqui e deixe seu comentário