Se as 843 mil pessoas que residem na Capital resolvessem tomar um ônibus hoje, seriam necessários mais 6.433 veículos para comportar os passageiros, tomando por base a capacidade média de 120 pessoas por carro, volume que um ônibus articulado suporta, segundo classificação do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro). Com 593 unidades, Campo Grande possui um veículo de transporte coletivo para cada 1.421 habitantes, pior relação entre as capitais do Centro-Oeste. De quebra, nenhum novo ônibus foi integrado à frota entre 2014 e este ano.
A capital com melhor média de ônibus por pessoa no Centro-Oeste é Brasília (DF). A cidade de 2,8 milhões de habitantes conta com 2.691 veículos – um para cada 1.060 cidadãos. Na sequência está Goiânia (GO), que tem 1,4 milhão de habitantes e 1.321 carros – um para cada 1.069 pessoas. Já Cuiabá (MT) é a que mais se aproxima de Campo Grande, com população total de 575 mil habitantes e 477 ônibus – um para cada 1.206 munícipes. A Capital fica atrás também de cidades como Campinas (SP), cuja média estipulada é de um ônibus para cada 934 habitantes, e Florianópolis (SC), que possui um veículo de transporte público para cada 892 pessoas.
De acordo com o especialista em trânsito, Carlos Alberto Pereira, o cenário de Campo Grande é agravado pela ausência de alternativas ao transporte público via ônibus. “O que torna agudo o problema é que não temos outros meios de transporte de massa. O campo-grandense não pode optar e depende, exclusivamente, do ônibus, ao contrário de outras capitais que têm Veículo Leve sob Trilhos (VLT), metrô ou trem, por exemplo”, analisa.
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