Quatro tecnólogos recém-formados pela Fatec - Facultdade de Tecnologia de São Bernardo do Campo (SP) desenvolveram o projeto de um bicicletário completamente automatizado. Bem além do desenho, os jovens profissionais realizaram um modelo em escala 1:10 que mostra como o sistema vai funcionar na realidade (veja o vídeo).
O projeto nasceu como um trabalho de conclusão do curto de Automação Industrial e, embora inspirado nos bicicletários subterrâneos do Japão, foi desenvolvido inteiramente pelos profissionais brasileiros, com componentes disponíveis no país. A apresentação do produto final foi realizada na última sexta-feira (12) pelos tecnólogos Fabio Negrini, Jairo dos Santos Silva, Jefferson Martins da Silva e João Victor Ferreira da Silva, com orientação do professor Francisco Maia.
Quando começaram o projeto, explica João Vitor,o objetivo era encontrar uma solução que trouxesse segurança, agilidade e facilidade na guarda e retirada das bicicletas, como forma de estimular seu uso na mobilidade urbana cotidiana.
Depois de trabalhar vários meses, testar vários sistemas e materiais, os rapazes chegaram a um desenho que pode facilmente ser incorporado aos estacionamentos de carros, shoppings e estações de transporte público.
Em linhas gerais, trata-se de uma torre circular, com uma porta automatizada que recolhe e insere cada bicicleta em uma das vagas disponíveis. Em escala real, cada torre tem o diâmetro de seis metros e ocupa o espaço correspondente a seis carros. "Em lugar desses carros, pode-se guardar até 200 bicicletas, com custo mínimo de operação. Assim, até mesmo os estacionamentos comerciais poderão criar serviços de guarda de bikes e obter um retorno superior ao do estacionamento de carros", afirma João Vitor.
Embora complexo, o sistema tem uma interface muito simples para os usuários. Para guardar a bicicleta, basta encostar um cartão - que pode ser um bilhete do transporte público - para que a porta se abra e recolha a bike. Na volta, o mesmo cartão aciona o sistema, para entrega da bicicleta. Segundo a equipe, toda a movimentação de elevação não necessita interversão humana, diminuindo possíveis erros e diminuindo tempo do processo. "O conjunto sempre leva a bicicleta à vaga mais próxima da entrada e a verificação de vagas não é feita por sensores, mas por uma programação em matriz, um conceito de lógica avançada. Essa concepção minimiza o custo do equipamento e diminui manutenções", diz o jovem profissional.
Fisicamente, o projeto utiliza dois servo-motores, um para a rotação da base e o outro para elevação do conjunto. A transmissão dos movimento ocorre por meio de polias e correias dentadas para um fuso de esfera. A estrutura é feita de aço com banho de níquel visando evitar oxidações devido a exposição do produto ao tempo. E, segundo os jovens, o sistema tanto pode ser colocado numa torre acima do solo como pode ser enterrado, por exemplo em uma estação de metrô.
Além do projeto técnico, a equipe realizou a orçamentação completa dos futuros bicicletários em escala real, para a implantação em qualquer cidade do país. O próximo passo é encontrar parceiros e investidores interessados. Veja também uma apresentação do projeto.
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