Foi anunciado ontem (9) o resultado do concurso internacional Smart Living Challenge, organizado pela Embaixada da Suécia. Foram escolhidos seis entre os mais de 30 profissionais e universitários participantes da iniciativa.
Os nomeados vão formar um grupo e, com base nas propostas apresentadas, criar soluções para a sustentabilidade urbana e a mobilidade na Cidade Universitária da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na Ilha do Fundão, na zona norte do Rio.
Os seis selecionados irão desenvolver em três meses um projeto em conjunto, que será apresentado durante a COP21, o maior evento mundial para discussão de questões ligadas à sustentabilidade e meio ambiente, em Paris, na França, no final deste ano.
Bicicleta
O uso de bicicletas, para redução de gases poluentes, foi um tema bastante discutidos e por isso será o segmento mais adotado pelo grupo. A competição buscou inovações que poderão ser aplicadas no Rio de Janeiro ou em qualquer outra cidade. Para a coordenadora do Fundo Verde da UFRJ, Suzana Kahn, o objetivo do projeto é levar a ideia para o mundo real e implementá-la na cidade universitária para estimular o surgimento de outras ideias e ampliar o espaço de convivência social entre os universitários.
"Quando se usa automóvel ou qualquer transporte motorizado, a convivência é pouca, ao passo que, quando você circula, anda, seja de bicicleta ou a pé, acaba socializando mais, o que é fundamental para um campus universitário", comentou Kahn.
Ela avalia que o projeto pode servir de laboratório para novas práticas sustentáveis, beneficiando outros locais, e até ser expandido para o resto da cidade. Para o embaixador da Suécia no Brasil, Per-Arne Hjelmborn, é importante que o projeto seja criativo e permita uma boa convivência entre as pessoas, inclusive entre motoristas de carros e transporte público ou bicicletas.
Os assuntos a serem tratados a partir de agora pelo grupo compreendem sustentabilidade, transporte e inovação. Para o embaixador sueco, "o transporte público, as bicicletas e os pedestres são meios que possibilitam construir soluções mais coletivas e trazer melhorias no transporte, menos poluição e melhor qualidade de vida", afirmou.
Propostas
Um dos alunos escolhidos, César Gonzales, de 26 anos, que cursa mestrado em engenharia de transportes na UFRJ, comemorou a nomeação e disse que será possível construir um bom projeto. Segundo ele, as palestras e experiências anteriores vão ajudar no desenvolvimento do trabalho, e contou um pouco de sua proposta.
"Até temos uma boa infraestrutura para o ciclista, mas vejo que não é muito usada. Então, identificamos aquelas barreiras que impedem o uso da bicicleta aqui no Fundão: uma delas é que o acesso à Ilha do Governador praticamente só é possível de carro ou de ônibus. É muito difícil você pegar a bicicleta fora da Ilha e chegar até aqui. Para facilitar essa conexão, propus um sistema de barcas que tenha um ponto de parada na Ilha e um ponto de parada no Fundão. E que permita transportar a bicicleta dentro daquela barca", explicou.
O jovem sonha ver o projeto inserido na escala de toda a cidade do Rio de Janeiro. Citou, como exemplo a ser revisto, as barcas que fazem o percurso de Niterói até a Praça XV, no Rio, que não permitem entrada de bicicletas.
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