Depois de alguns anos trabalhando com pessoas com deficiência, o professor de educação física Valmir Souza concluiu que grande parte dos cadeirantes tem uma vida sedentária e limitada simplesmente porque não conseguem sair de casa. Entre as barreiras estão os problemas nas calçadas e a falta de acessibilidade no transporte público e nas edificações brasileiras.
Nasceu daí a ideia do BioMob, aplicativo para ajudar as pessoas com deficiência e mobilidade reduzida a localizar (e avaliar) bares, restaurantes, academias, teatros e outros estabelecimentos, como os terminais de transportes e estações de metrô. O sistema detecta a localização do usuário e sugere locais próximos, conforme a necessidade da pessoa, seja ela um deficiente visual, cadeirante, obeso ou idoso.
Por enquanto, a base de dados tem informações sobre São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, mas o objetivo é ampliar as avaliações para outras capitais brasileiras, explica Rodrigo Credidio, outro parceiro na empreitada do BioMob. "Vamos lançar o aplicativo no dia 21 de Junho, que é o Dia Universal Olímpico, porque um de nossos objetivos é prestar um serviço sobre as condições de acessibilidade nas cidades, tanto para os viajantes brasileiros, como para os estrangeiros que vierem a Olimpíada e os Jogos Paralímpicos de 2016. O lançamento será feito na loja Google Play, com download inteiramente gratuito, e inicialmente teremos apenas a versão Android, pois é a plataforma mais difundida no país", explica Credidio.
Em julho, o Biomob ganhará também um site e poderá ser conectado de qualquer outro celular, ou de computadores, para que todos tenham acesso à ferramenta.
Avaliações de 0 a 5
Em síntese, o BioMob é um guia e vistoriador da acessibidade de locais públicos e estabelecimentos comerciais. A equipe faz avaliações presenciais com base na norma NBR 9050, atribui notas de 0 a 5 e registra fotos de todos os itens de acessibilidade (calçada, entrada, banheiro adaptado, sinalizações etc). "O aplicativo é gratuito para os usuários e também para as empresas que quiserem incluir seus estabelecimentos, desde que apresentem um nível mínimo de acessibilidade. "Não queremos apontar aqueles que não têm acessibilidade, mas mostrar e valorizar quem já tem", explica Souza.
Até o momento o BioMob tem cerca de 500 endereços cadastrados e a meta da equipe é chegar a 1.000 locais até o final de 2015. As avaliações são feitas por uma equipe de vistoriadores e por colaboradores de organizações como a Mão na Roda, Cadeira Voadora, Rio para Cadeirantes, Guia do Viajante Cadeirante, Instituto Mara Gabrilli, Mobilize Brasil, Turismo Adaptado e Milalá, entre outras.
Patrocínio
Para manter o BioMob, a dupla de empreendedores busca agora empresas que queiram comprar cotas de patrocínio e associar suas marcas à iniciativa, além de "usufruir de todo o business intelligence advindo da interação dos usuários com o aplicativo. O projeto é ambicioso e terá várias surpresas tanto para os usuários como para a rede de estabelecimentos credenciados", promete Valmir Souza.
Sai mais nos links:
www.biomob.com.br
www.facebook.com/biomobguia