As causas sociais, motivos de luta e de união de grupos da sociedade por um objetivo, suscitam movimentos que concentram uma energia maravilhosa, que fazem refletir, mobilizam e buscam artifícios técnicos e legais para melhorar as condições de vida. Algumas destas causas têm 'ganhado cores' e, assim, também mais atenção, mais adesão.
Como o Outubro Rosa na luta pelo câncer de mama e o Novembro Azul, na prevenção do câncer de próstata, maio recebeu o amarelo, que alerta sobre a violência no trânsito e a importância da prevenção de acidentes viários, que segundo estima a Organização Mundial de Saúde (OMS, 2009), matam no mundo aproximadamente 1,3 milhões de pessoas ao ano e causam lesões não fatais a mais 20-50 milhões de pessoas no mesmo período.
O que está em questão não são os números, mas as vidas. O que está por trás dessas causas - em especial das já reconhecidas mobilizações pela prevenção e busca pela cura do câncer - é a vida. E quando o Maio Amarelo pede atenção e conclama a sociedade por mais segurança no trânsito, é também a vida que se quer preservar.
E diferente de uma campanha de comunicação simplesmente, esses são exemplos de movimentos que engajam, que requerem ação, pois a mudança depende de atitude, de mobilização. Não são estáticos, mas dinâmicos. São envolventes. As causas podem aflorar um senso de colaboração único a permitir que cada um disponha de sua expertise, de sua competência em prol de um ou múltiplos propósitos.
Essa mobilização depende do desenvolvimento e formação de colaboradores para a ação, assim como do levantamento e manutenção de dados confiáveis para direcionamento e priorização de medidas educativas e corretivas. Ganha força e legitimidade com o apoio da mídia e das redes sociais, uma aliança indispensável. Requer a formulação de políticas públicas e o compromisso de governantes em oferecer condições seguras de mobilidade.
Depende de mim, e também de você. Você amarelou?
*Maria Amélia Marques Franco é comunicadora social, especialista em Gestão de Trânsito e Mobilidade Urbana pela PUC-PR, e co-idealizadora do site de segurança viária Trânsito Ideal.
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