Hoje, existem mais de 850 sistemas de compartilhamento de bicicleta pelo mundo. Presentes nas ruas, conquistaram muitas pessoas pelas cidades do mundo inteiro, que usam o serviço para deslocamento ou mesmo por lazer. Mas a presença desses sistemas não é meramente agradar quem olha as belas estações e os turistas que visitam uma cidade. Assim como as bicicletas em geral, as bikes públicas beneficiam toda a sociedade de várias formas.
Para investigar mais a fundo os sistemas, nova pesquisa intitulada “Bikeshare: A Review of Recent Literature”, realizada pelo pesquisador Elliot Fishman, da universidade de Utrecht, na Holanda, analisou dados de serviços bike-share na América do Norte, Ásia, Europa e Austrália. O objetivo foi compreender a expansão dos sistemas, o perfil dos usuários, o impacto nas viagens motorizadas e na segurança do trânsito, entre outros aspectos.
A partir desse estudo, selecionamos seis curiosidades sobre os sistemas bike-share:
1. Sistemas expandiram 6476% em uma década
Em 2004, havia 13 sistemas bike-share nas regiões analisadas. Uma década depois, são 855 espalhados em várias cidades pelo mundo. Os países com mais sistemas são a China (237), a Itália (114) e a Espanha (113).
2. Uma bike faz no máximo 8 viagens por dia
A métrica básica de comparação entre os diferentes bike-shares é a quantidade de viagens diárias de cada bicicleta. O pico mais alto atingido no período de análise foi em Paris, com oito viagens por dia na mesma bike. Porém, o sistema utilizado mais constantemente é em Barcelona, que mantém uma média alta de viagens, como na imagem abaixo. Outra cidade que se destaca é Nova York, com quatro viagens diárias por bike em maio de 2013. Veja o gráfico:
3. Trabalho ou lazer?
A finalidade de viagem depende muito do tipo de usuário. Em Washington, DC, 45% dos clientes de longo prazo do sistema Capital Bikeshare utilizam o sistema para fins de trabalho; mas para os novos clientes o índice cai para 2%. Em Londres, mais da metade dos usuários de longo prazo usam a bike para fins profissionais e, destes, 10% não usam a bike para nenhum outro propósito. Já em Brisbane, Austrália, 65% das viagens têm fins de lazer.
4. Usuários têm renda mais alta que restante da população
A partir da análise demográfica dos usuários, o estudo constatou que, em geral, os assinantes do serviço de compartilhamento de bicicleta (aqueles que compram o passe periódico) têm maior renda, maior grau de escolaridade, emprego e são em maioria mulheres. Contudo, essas especificidades variam conforme o sistema. Usuários do Capital Bikeshare (Washington DC), por exemplo, são em maioria mulheres, jovens e sem carro, em comparação com usuários de bicicletas regulares. A renda desses usuários eram menores que as de ciclistas regulares (nas suas próprias bikes), mas maiores que da população em geral. Em Londres, os usuários recentes eram desproporcionalmente bem pagos, mas de 2010 a 2013 a proporção de usuários de baixa renda dobrou de 6% para 12%.
5. Londres ganhou 74 milhões de minutos de atividade física
Dependendo da forma de transporte substituída pelo uso do bike-share, descobriu-se que somente em Londres, 74 milhões de minutos de atividade física foram ganhos. Em Minneapolis, foram 1,4 milhão de minutos de atividade física a mais por causa das bikes públicas. Se a troca foi caminhada por bicicleta, perdem-se minutos, mas se um modal motorizado deixou de ser usado, o sistema de compartilhamento de bicicletas leva ao aumento das atividades físicas.
6. Bike-share susbstituiu transporte coletivo, caminhada e carro – nessa ordem
Nas cidades analisadas, os sistemas de bicicletas públicas reduziram o número de quilômetros rodados por veículos motorizados. A ordem dessa substituição é o transporte coletivo, a caminhada e o carro, à exceção de Londres que teve baixo índice de substituição do carro pelo bike-share.
Com informações do Journalist’s Resource.
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