O Centro de Fortaleza, região com enorme demanda e movimento, começou a ganhar paraciclos por meio de uma parceria entre a Prefeitura e a Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL). As praças do Ferreira, do Parque Pajeú e a Cidade da Criança (Parque da Liberdade) já receberam os suportes em formato de U invertido (ver quadro).
Os dois outros locais seriam a Praça José de Alencar e o Passeio Público. Segundo a Prefeitura, no entanto, não há liberação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para implantar no Passeio Público, pois é um patrimônio histórico. Já a praça José de Alencar passará por reforma e a instalação do paraciclo está sendo avaliada. As alternativas são o Mercado dos Pinhões, no Centro, e a praça da Gentilândia, no Benfica, mas a decisão ainda depende de estudos nos locais.
Segundo a Prefeitura, o orçamento da fase inicial do projeto, incluindo os paraciclos, o Almanaque Cidadania Sustentável, que versa sobre o uso da bicicleta no espaço urbano, e material de divulgação, foi de R$ 38 mil reais. A segunda fase do projeto seria com a implantação de mais 40 paraciclos, nova tiragem do almanaque ilustrado, ações educativas e campanhas de respeito ao ciclista e redução do consumo de combustível fóssil.
Os demais paraciclos a serem implantados abrangeriam áreas como o Planalto Pici, Conjunto Ceará, Cristo Redentor, Conjunto Palmeiras, Parangaba, Messejana, Conjunto José Walter e outros pontos no Centro. A expansão é bem-vinda por pessoas como Arnoldo de Melo, que trabalha em uma loja na Aldeota. Ele usaa bicicleta para chegar ao trabalho, mas ela fica presa em uma placa em frente ao comércio. Segundo ele, a carência para guardar o meio de transporte é grande e geral.
Para Lucas Landim, ciclista e membro da Ciclovida, o investimento em infraestrutura leva mais gente para as ruas e, por isso, a Prefeitura precisa avançar com processos educativos e campanhas sobre o tema para evitar acidentes. Desrespeito, acidentes e relatos de comportamentos agressivos por parte de condutores e motoristas profissionais persistem na convivência que ainda ensaia um modelo de respeito em Fortaleza.
Lucas ressalta que pedestres e ciclistas estão à margem e isso é refletido na atenção que é dada a eles pelos comércios, com falta de estrutura e preconceito, e pelas instituições. (Samaisa dos Anjos)
Iniciativas
Estacionamentos para bicicletas na Cidade
1) Restaurantes como o Santa Grelha oferecem estrutura para estacionar a bicicleta;
2) Pela falta de locais adequados, as bicicletas são presas em grades de proteção, postes e placas de sinalização;
3) Em estabelecimentos como o Amika Café (foto) e Vignoli, o cliente tem suporte para estacionar e recebe descontos no consumo;
4) Em alguns locais, como o shopping Del Paseo, as bicicletas são penduradas em ganchos;
Tipos de paraciclo
O paraciclo é a estrutura para estacionamento de bicicletas em que é possível prendê-la com trancas ou cadeados. Os suportes costumam estar disponíveis em áreas públicas ou em comércios que queiram atender da melhor maneira aos clientes.
Formato de R ou U invertido: É o mais indicado pelo cicloativistas, pois permite que a bicicleta seja presa ao suporte pelo quadro, evitando danos e contemplando diversos modelos;
“Entorta aro”: o suporte é o mais visto na Cidade, permitindo que somente uma das rodas seja encaixada/presa ao equipamento. A bicicleta pode ter o aro do pneu entortado, dando prejuízo ao ciclista;
“Açougue” ou Gancho: A estrutura permite que as bicicletas sejam presas na vertical penduradas por ganchos. Pessoas que não conseguem erguer o peso da bicicleta com facilidade podem não conseguir usar o equipamento.
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