Entre os sete canteiros de obra espalhados pela Zona Portuária para implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), uma nova paisagem surge no Centro do Rio: a de ruas compartilhadas com trilhos. Nos últimos 30 dias, mais de um quilômetro de linha férrea foi instalado para receber o novo transporte, que entra em operação em abril de 2016, com a inauguração do trecho entre a Rodoviária e o Aeroporto Santos Dumont.
A configuração das linhas do VLT mudou. Antes, o sistema estava dividido em seis rotas. Agora, ele é composto de dois eixos principais. O primeiro a ser inaugurado em abril de 2016, liga a Rodoviária ao Santos Dumont, com 23 estações. O segundo irá da Central até a Estação das Barcas, na Praça 15, e entrará em funcionamento somente depois da Olimpíada.
Dos trechos em execução, apenas a Avenida Rio Branco ainda não recebeu trilhos. Por lá, as obras começaram em novembro e a expectativa é que a linha seja implantada a partir do próximo mês. “Existem lugares onde há muita interferência no subterrâneo com fiações e tubulações. A remoção desse material é o mais difícil. Depois que a base estiver pronta, a colocação dos trilhos é rápida”, explicou o subsecretário de Projetos Estruturantes da Secretaria Especial de Concessões e Parcerias Público-Privadas (Secpar), Gustavo Guerrante.
No trajeto em obras, um dos trechos mais avançados é no entorno do terminal rodoviário Henrique Otte, na Rua General Luis Mendes de Moraes, no Santo Cristo. Por lá, duas linhas estão sendo implantadas e a via está quase toda pronta. Nas ruas onde há mais movimento de indústrias e comércio, como a Equador, os canteiros de obras estão fracionados, por conta das garagens dos estabelecimentos.
Segundo o subsecretário, a etapa de implantação dos trilhos em frente à entrada dos imóveis não acarretará em transtornos para os proprietários. “Durante a obra, é só colocar um tamponamento de chapa, para os veículos poderem circular normalmente”, contou.
Durante a operação do VLT, haverá um sistema sonoro para alertar os veículos que cruzarem a linha. “O próprio VLT tem buzina e ele também andará em velocidade baixa, com a média de 17 quilômetros”, completou Gustavo.
O segundo eixo, Central-Barcas, ainda não tem mês certo para o começo das obras. O projeto ainda está em estudo por conta do impacto no trânsito. “Será neste ano, mas ainda precisamos finalizar alguns ajustes para o anúncio formal”, declarou Guerrante. O novo percurso entrará em operação depois da Olimpíada para evitar o impacto dos testes durante os Jogos.
Cobrança à moda europeia
A um ano da operação do VLT, o valor da passagem ainda é alvo de estudo. O cálculo não foi definido, mas a expectativa é que o custo seja o mesmo do ônibus. “Não será mais barato do que o ônibus e nem mais caro do que o metrô”, argumentou o subsecretário Gustavo Guerrante.
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Foto: Arte O Dia
A cobrança será feita individualmente, através de um equipamento eletrônico dentro da composição. Não haverá cobradores: “Teremos a tecnologia para saber quantas pessoas entraram e quantas validaram a passagem. Baseado nos dados, saberemos se houve falta de pagamento e então intensificamos a fiscalização.”
O modelo é inspirado na Europa, onde não há catracas e o pagamento é conferido por fiscais.
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