Com a entrega em Fortaleza do sistema Bus Rapid Transit (BRT) na avenida Bezerra de Menezes, são finalizadas, também, as obras de readequação da ciclovia do canteiro central. Além disso, três ciclofaixas, nas ruas Padre Anchieta, José Cândido e José de Barcelos, ligarão a avenida Jovita Feitosa até a Francisco Sá, passando por bairros como Monte Castelo, Parque Araxá, Parquelândia, São Gerardo e Carlito Pamplona. São novos cenários que modificam o trânsito de Fortaleza.
Estes equipamentos, somados à chegada de estações do Bicicletar - sistema de bicicletas compartilhadas de Fortaleza - a bairros mais afastados da zona turística da Capital, dão margem para o surgimento de outros perfis de usuário que acolhem a bicicleta como modal de transporte alternativo ao carro.
Até o fim deste mês, as duas estações que fecham o ciclo das 40 primeiras garantidas pela Prefeitura estarão no Terminal do Papicu e na avenida da Universidade, no Benfica. A expansão do sistema para outros bairros já era prevista, de acordo com o engenheiro e técnico da Prefeitura, Gustavo Pinheiro, que integra a equipe do Plano de Ações Imediatas em Transporte e Trânsito (Paitt) de Fortaleza. “O planejamento iniciou na Aldeota, mas já contemplava todos esses bairros. Procuramos locais que tenham uso diversificado do solo”, esclareceu.
Novos ciclistas
Segundo o técnico, cada espaço tem um uso diferente, daí o perfil do usuário do sistema mudar de acordo com cada região. E pontuou: “no Benfica, é o público universitário. No Centro, o público do comércio e que faz a integração (com o transporte público) na Praça Coração de Jesus. Na (avenida) Bezerra de Menezes, temos um corredor comercial com residências no entorno”. Todas essas características contribuem para que, nesses locais, a bicicleta ganhe significado para além do lazer e seja, também, opção de locomoção.
Joilson Moreira, de 28 anos, que trabalha em um comércio ao lado da estação 40 - na avenida Sargento Hermínio - diz que a estação tem sido bastante utilizada, principalmente aos fins de semana, e que, de segunda à sexta, vê mais “gente com pastinha, talvez para ir ao trabalho”. Ele só lamenta ainda não ter estações que integrem o próprio local de trabalho ao bairro onde mora, no Genibaú. “Vou pegar uma dessas bicicletas e ir para onde?”, questionou.
Morador das proximidades da estação 39, na praça Monte Castelo, o agente administrativo José Mário Martins, de 57 anos, pegou nesta terça-feira (14), pela primeira vez, uma bicicleta compartilhada. O destino era o Mercado São Sebastião. “Posso deixar o carro em casa. Vai ser bom até para o meu desenvolvimento físico”, comemorou. E disse que, para ele, a bicicleta servirá para ir a lugares próximos, como farmácia e supermercado.
Malha cicloviária
O programa de expansão da malha cicloviária de Fortaleza, de acordo com o engenheiro e técnico da Prefeitura, Gustavo Pinheiro, pretende implantar 100 km de infraestrutura cicloviária na Capital.
Outras 40 estações do sistema de bicicletas compartilhadas podem ser instaladas até o fim deste ano. A meta depende, porém, de negociação com a iniciativa privada. Por ter sido a primeira patrocinadora, a Unimed Fortaleza tem preferência para continuar com o investimento.
A ciclovia da avenida Bezerra de Menezes teve largura ajustada e recebeu grade de segurança apenas nos trechos onde foram instaladas as ilhas para o corredor do BRT.
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