No começo de abril, representantes da BH em Ciclo, Bike Anjo, Itaú, Serttel e BHTrans, além de ciclistas e usuários do BikeBH (sistema de compartilhamento de bicicletas da capital mineira), se reuniram para discutir a atual situação do programa e propor melhorias.
As propostas serão compiladas e apresentadas pela empresa responsável pela operação em nova reunião, no dia 29 de abril.
Estação do BikeBH, em Belo Horizonte
A implementação do sistema foi iniciada em junho de 2014 e a instalação das 40 estações concluída em dezembro daquele ano. De lá para cá algumas falhas tem sido recorrentes, conforme relatou o representante da BH em Ciclo, Cristiano Scarpelli: “A quantidade de bicicletas em funcionamento ainda é inferior à combinada; há uma disparidade entre o número de equipamentos disponíveis no aplicativo e nas estações (embora a bicicleta esteja lá o sistema não a reconhece e o usuário não consegue retirá-la); encontramos frequentemente bicicletas com pneu furado e falta de manutenção; o aplicativo apresenta falhas, além de um atendimento deficiente na central telefônica”, destacou.
De acordo com o site Trem Útil, em média, 41,27% das vezes que um usuário vai até a estação ela se encontra off-line, em manutenção ou sem bicicletas. Isso significa que o cliente volta para casa sem conseguir pegar uma bicicleta quase a metade das vezes que busca pelo serviço.
Rodolfo Schaffer, executivo da Serttel, reconheceu que há falhas na gestão e manutenção do sistema, como por exemplo no remanejamento de bicicletas entre estações de maior e menor demanda. Segundo Schaffer, este é um dos motivos que leva as estações a ficarem dias seguidos sem bicicletas. Para sanar esta e outras demandas, o executivo apresentou Eduardo Ferraz, responsável até então pela operação em Brasília, uma das cidades onde o sistema tem funcionado melhor, que agora está alocado em BH e deverá reconstruir a equipe de operações.
“Estamos trocando as tags de leitura das estações, para melhorar o reconhecimento das bicicletas. Em geral, estamos aprendendo com o tempo. Sempre tivemos a inteligência necessária, mas faltava a ação. O BikeBH vai melhorar no prazo acertado.”, garantiu Ferraz. A respeito da escolha dos pontos e a possibilidade de expansão da rede, a representante da BHTrans e coordenadora do BH Pedala, a arquiteta Eveline Trevisan, esclareceu que a gestão do sistema é feita de forma compartilhada com os ciclistas e que estas definições foram discutidas em uma oficina de ciclorrotas realizada em 2014, em parceria com a BH em Ciclo. O representante do Itaú, Cícero Araújo, ressaltou a importância dos investimentos em projetos de mobilidade urbana, que seriam estratégicos para a empresa.
Durante a reunião, a BHTrans informou que vêm tomando providências diante da situação: realizou o encaminhamento de um ofício à Serttel em dezembro/2014 e uma notificação de advertência (prevista como sanção no contrato) no início de março/2015. A Serttel, por outro lado, garantiu que dentro de um prazo de 40 dias as operações estarão normalizadas. O prazo termina no início de maio. A próxima reunião será no dia 29/04, quando a Serttel deverá apresentar as ações corretivas adotadas e seus resultados.
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