O risco de acidentes envolvendo ciclistas e pedestres no Parque Marinha, pelo menos entre as avenidas Borges de Medeiros e Edvaldo Pereira Paiva, deve diminuir drasticamente a partir de julho. A prefeitura estima que a obra de uma calçada no trecho, que dispõe apenas de ciclovia há cerca de dois anos, seja concluída neste prazo – bikes e pedestres ficarão lado a lado.
Ciclistas reclamam, entretanto, que a construção do passeio poderá tirar largura do espaço das bicicletas – parte já foi destruída. O titular da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam), Cláudio Dilda, admite que a largura da calçada e da ciclovia poderão variar em alguns pontos, mas afirma que devem ser iguais na maior parte do trecho. Ele explica que a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) implementou a ciclovia no trecho antes da licitação do projeto do órgão ambiental, que é responsável pelo passeio no local. "A EPTC tinha o projeto de expansão das ciclovias e estava realizando as obras. Como o trecho do Parque Marinha não tinha adequação de sustentação por causa do Arroio Dilúvio, a obra teve que ser feita do lado oposto".
O projeto de construção das calçadas em torno do Marinha fez parte das obras da Copa do Mundo, mas só este ano será concluído. O custo é de cerca de R$ 1,7 milhão. Ciclovia e passeio ficarão separados por uma proteção.
EPTC nega erro de planejamento
O diretor-presidente da EPTC, Vanderlei Cappellari, disse que a obra não é resultado de um erro de planejamento. "Na construção da ciclovia, que começou em 2013, não tinha previsão de instalação de calçada no trecho. O local abriga apenas frequentadores do parque, não há demanda de pedestres", afirmou.
Para Marcelo Kalil, integrante da Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta (Mobicidade), faltou diálogo entre as secretarias. "Antes de ter ciclovia deve ter calçada, pois a prioridade é o pedestre. A obra é um desperdício de recursos naturais e financeiros do município pois depois de dois anos, está sendo refeita."
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