Fortaleza terá plano para reduzir emissão de carbono até junho

Documento apresentará ações em áreas como mobilidade, para tentar reduzir o CO2. Priorizar o transporte público e criar estrutura para a bicicleta são algumas das ideias

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Fonte: O Povo  |  Autor: Samaísa dos Anjos  |  Postado em: 27 de março de 2015

Redução de CO2 prevê ações como incentivo à bicicl

Redução de CO2 prevê ações como incentivo à bicicleta

créditos: Divulgação/ Prefeitura de Fortaleza

 

Está em elaboração em Fortaleza (CE) o Plano de Ação de Desenvolvimento Urbano de Baixo Carbono, com previsão de finalização em junho deste ano. O projeto foi debatido ontem (26) em reunião durante o Fórum de Mudanças Climáticas (Forclima), evento da Secretaria Municipal do Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma) que realizou-se no Parque do Cocó.  

 

Na próxima reunião, prevista para o fim de abril, será colocada em discussão uma prévia do plano. Também será aberta uma consulta pública para contribuições da população. Após o recebimento de novas ideias, o documento será finalizado e enviado ao prefeito Roberto Cláudio (Pros) para virar decreto. No documento, estarão diretrizes a serem implantadas em áreas como transporte, energia, resíduos e construção civil, com o intuito de reduzir a emissão de carbono em Fortaleza.

 

Na reunião de ontem, a gerente de projetos do Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP), Danielle Hoppe, ressaltou que a cidade deve ser planejada para as pessoas. Entre as propostas, está interligar modais de transporte, tornar a cidade mais convidativa para as caminhadas e dispor de prédios não separados por muros altos. Estes são alguns dos passos a serem dados, observou a técnica, ressaltando que, de forma integrada, todas essas ações contribuem para a redução da emissão de poluentes no ambiente urbano.

 

Mobilidade

A qualificação e priorização do transporte público, com faixas exclusivas, mais conforto e menos tempo de espera, por exemplo, são imprescindíveis para a adesão da população às propostas. Assim como a disponibilização de infraestrutura adequada para os que optam por usar a bicicleta.  

 

Outro ponto ressaltado é a necessidade de que a cidade seja planejada de forma a evitar que a população precise transpor grandes distâncias para encontrar serviços, comércio, trabalho, lazer. São transformações amplas no modelo de sociedade que hoje é centralizado no automóvel - que, ressaltou Danielle Hoppe, já se mostra inviável.

 

As decisões a serem tomadas e ações a serem executadas são, muitas vezes, impopulares e, por isso, enfrentam peso político grande para poderem virar realidade. Medidas como pedágios urbanos e diminuição das áreas de estacionamento nas ruas, por exemplo, foram apontados como possíveis formas de desestimular o uso excessivo do carro, mas enfrentariam a resistência dos usuários desse transporte.

 

Danielle Hoppe ressaltou que muitas das ações já estão previstas na Política Nacional de Mobilidade Urbana, sancionada em 2012. No entanto, boa parte dos municípios ainda não fez os próprios planos, dificultando a discussão e implantação das mudanças necessárias.

 

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