A BHTrans, dentro do grupo de e-mail do GT Pedala BH, disponibilizou o cronograma para a criação das novas rotas cicloviárias de Belo Horizonte para o biênio 2015 e 2016 e o mapeamento dos quilômetros construídos desde o ano de 2011 até 2014, somados ao que a cidade já possuia até 2010. Os dados são:
- Até 2010, a capital mineira tinha 23,81 km de estrutura cicloviária;
- Em 2011, foram construídos mais 8,1 km;
- No ano de 2012, foram 11,49 km;
- Em 2013, mais 15,83 km;
- Em 2014, 11,19 km foram implantados na cidade.
Ou seja, em dezembro de 2014, Belo Horizonte contabilizava 70,42 km de ciclovias.
Para 2015, a prefeitura mineira propôs a implementação de apenas 20,49 km, com recursos de um fundo internacional. Se efetuados, a cidade terminará o ano atual com cerca de 90 km de ciclovias.
Um recorde, se comparado com o histórico da cidade nessa área. Mas bastante tímido, se confrontado com um objetivo do ano de 2012 colocado pelo prefeito Marcio Lacerda: ter 120 km de ciclovias naquele ano. Se confrontarmos ao objetivo de 2013, 135 km, também estamos longe. O pronunciamento mais recente era de que a cidade teria, então, 100 km ao final de 2014 e 200 ao final de 2016. Vale ressaltar que as metas foram mudando ao longo dos anos.
Quando o prefeito citou os 200 km para 2016 ele ainda não sabia que a cidade contaria com recursos federais do PAC II para criação de 150 km de ciclovias em 2016. Sorte dele receber essa 'mãozinha' de Brasília, que possibilitará à cidade, pela primeira vez, cumprir suas metas relativas à criação de estruturas cicloviárias.
Como nos demais anos, o objetivo de 2014 não foi alcançado e chegamos em dezembro último com 70,42 km de estruturas cicloviárias exclusivas, como já foi dito.
Discutir com a sociedade
Quando se analisa a evolução da malha cicloviária da cidade, comparando-a à meta da prefeitura de chegar em 2020 com 380 km, coloca-se em xeque (mate) a capacidade de a prefeitura de Belo Horizonte chegar ao objetivo por ela mesmo imposto, sem discussão com cidadãos interessados na promoção do uso da bicicleta na cidade.
Tal meta foi estipulada antes da criação de um espaço de discussão entre as pessoas, o poder público, organizações da sociedade civil e interessados, e que vem funcionando bem, na medida de alguns limites políticos aparentemente intransponíveis em BH. Este espaço é o GT Pedala BH.
Atualmente, nesta esfera de debate, está em pauta as discussões sobre como serão construídos os 150 km de estruturas cicloviárias. Essas novas ciclovias incluem ligações fundamentais entre regiões da cidade, bem como infra-estruturas alimentadoras de grandes eixos de transporte e integradoras de bairros. Se (bem) implementados, farão de Belo Horizonte uma referência no que tange à estrutura cicloviária.
Todavia, sem eles, a cidade precisaria de mais 28 anos para conseguir alcançar a meta dos 380 km, se considerarmos que, em média, Belo Horizonte constrói 11,65 km de ciclovias a cada ano, desde 2011. Uma comparação boba, mas elucidativa: em seis meses, São Paulo implantou 142,1 km de novas ciclovias, chegando a 205,1 km totais.
Além de impulsionar a malha cicloviária da cidade, esses 150 km de ciclovias poderão contribuir com o cumprimento de outra meta da prefeitura da cidade: ter 6% de pessoas pedalando até 2020. O último dado oficial afirmava que a cidade tinha 0,4% de pessoas fazendo seus deslocamentos diários em bicicletas em 2012. Um dado infimamente melhor afirma que esse número era de 0,5% em 2013.
O mapa e as rotas
Quem tiver interesse em ver o mapa das ciclovias de Belo Horizonte disponibilizados pela prefeitura pode acessar: http://goo.gl/cwZWW3.
O documento sobre as rotas construídas ao longo dos anos e as que estão por vir está em: http://goo.gl/ry9qhM.
*Artigo originalmente postado no site Vá de Bike.
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