Ao pensar na Colômbia e seu transporte público, logo vem à lembrança de quem se interessa por mobilidade urbana o Transmilênio de Bogotá, o maior sistema de BRT do mundo, uma referência para qualquer pesquisador sobre o tema. E, realmente, o Transmilênio é gigantesco. É impossível a capital colombiana funcionar sem ele. Isso, é necessário reconhecer, apesar dos seus diversos problemas.
Recentemente estive nesse país para um evento de mobilidade com bicicletas, e o que mais me chamou a atenção no transporte público colombiano foi a diversidade. Em Medellín tem teleférico e metrô; em Cartagena até jipe é transporte público, e em Bogotá, além do Transmilênio e de muitos táxis, as 'busetas'; alguém já andou numa?
Existe aquela visão comum sobre o que é um ônibus, em que tudo é muito parecido - veículos pesados, quadrados, sem graça e na maioria das vezes desconfortáveis. Cada cidade tem seu modelo padrão de ônibus, variando apenas alguns detalhes na pintura. Pois na Colômbia não é bem assim.
Exceto os poucos ônibus do sistema de transporte urbano controlados pelo poder público (que são padronizados, sem graça e quadrados), os demais exemplos do transporte coletivo colombiano compreendem praticamente qualquer veículo que leve uma quantidade mínima de passageiros. Falo pelo que vi, não pelo que a lei determina, que desconheço.
As 'busetas'
Nas cidades que visitei, Bogotá, Medellín, Santa Marta e Cartagena, o que prevalece são as vans e as incríveis 'busetas', pequenos ônibus pequenos, em geral antigos, cada um decorado ao capricho do próprio dono. Todas têm nomes, cores, decoração interna e externa e luzes decorativas.
Se, por um lado, a diversidade é positiva, dando cores e formas interessantes ao trânsito monótono, por outro, a segurança e conforto dos passageiros não são considerados. A sensção é a de andar na traseira de um jipe, sacolejando, ainda por cima no trânsito caótico colombiano.
Veja as fotos na galeria do Mobilize.
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