Bikes x calçadas intransitáveis. Os dois lados da mobilidade em Belém

Na capital do Pará, muitos usam o transporte mais sustentável, a bicicleta. Mas quem caminha tem de conviver com calçadas mal cuidadas e filas nos pontos de ônibus

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Fonte: Mobilize Brasil  |  Autor: Regina Rocha / Mobilize Brasil  |  Postado em: 11 de março de 2015

Ciclistas lotam as ruas e ciclovias de Belém

Ciclistas lotam as ruas e ciclovias de Belém

créditos: Uirá Lourenço / Mobilize

 

A cultura da bicicleta é, de longe, o ponto forte da mobilidade urbana em Belém. Pode-se dizer que, em relação à magrela, a capital paraense é uma verdadeira "Holanda" - com o jeito brasileiro, claro. 

 

Na cidade à sombra das mangueiras, ao norte do país, os ciclistas estão por todo lado. É o mostra a galeria de fotos publicada pelo colaborador Uirá Lourenço. 

 

Como tudo tem o outro lado, como se diz, infelizmente a vocação ciclística do cidadão paraense não impede que a cidade conviva com a imobilidade provocada pela invasão dos carros e pela precariedade de suas calçadas, há muito abandonadas pelo poder público. O maior prejudicado, o pedestre, tem que enfrentar diariamente todo tipo de barreira ao seu direito básico de locomover-se. Veja também a galeria sobre a imobilidade urbana em Belém e compare com a outra, com as fotos sobre ciclistas e bicicletas.          

 

Um bom exemplo em Belém dos dois lados da mobilidade, num só lugar, é a extensa avenida Almirante Barroso, importante artéria da capital. Nela há implantada uma ciclovia - segura, separada da pista de carros por uma grade. O piso de concreto é bem executado e o equipamento é tão útil que até congestionamento de bikes já se forma no local. 

O lado negativo da Almirante Barroso está, como foi apontado, nas calçadas: por longos trechos, o piso do passeio está destruído, e o pedestre precisa saltar obstáculos e buracos para não ter de andar na rua, tomada por ônibus e carros fumacentos e barulhentos.   

 

Bicicletas por toda parte

Ao pedalar e fotografar a vida cotidiana em Belém, Uirá Lourenço montou uma coleção de tipos sobre duas rodas: estudantes a caminho da escola, famílias pedalando juntas, vendedores (muitos) em veículos adaptados para oferecer tapioca, doces, churrasco etc. 

 

Viu ainda pais levando crianças nas cadeirinhas, garis pedalando na ciclofaixa, policiais de bicicleta e até um poeta ciclista numa praça. Há quem vá na garupa, de carona, ou use o bicitáxi. E são muitas as bikes cargueiras: para venda de água, entrega de jornal e comércio de vassouras.

 

Para parar a sua bike, o belenense não precisa de muito: os veículos são presos às grades dos edifícios, na estrutura do telefone público, num poste ou encostado às guias. Há paraciclos em frente à padaria, ao bar, e bicicletários de muitos lugares estão instalados na universidade e no aeroporto de Belém. 

 

Mas observe a inusitada cena abaixo: os trabalhadores, que devem ser muitos e não querem ficar longe de suas bikes, deram um jeito de estacioná-las todas em frente à obra em construção: 

 

"Árvore de bicicletas" em Belém. Foto: Uirá Lourenço/Mobilize


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