Na capital de Santa Catarina, o Plano de Mobilidade Urbana Sustentável (Plamus) foi concluído e apresentado no início de fevereiro, após um intenso trabalho realizado em 2014 e uma série de audiências e oficinas abertas, com a participação de técnicos e moradores. Não é, ainda, o Plano Diretor, conforme previsto na Lei 12.587/2012, o qual está sendo discutido pelos técnicos do Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (Ipuf).
Lá o principal problema é o aumento do número de carros em circulação e a falta de alternativas de transporte coletivo, resultando em enormes e demorados congestionamentos em vários pontos da ilha, com reflexos na parte continental da cidade e até na rodovia BR 101, que faz a conexão com municípios vizinhos. Uma alternativa óbvia - contemplada pelo novo plano - é a transformação das águas da lagoa e do mar, que hoje são barreiras à mobilidade, em canais para a navegação de barcas. Com essa alternativa os moradores dos núcleos ao redor da lagoa e entre a ilha e o cntinente poderiam chegar mais rapidamente aos terminais de transportes e dali seguir para outros destinos.
O anúncio do plano coincidiu com a nomeação do ex-prefeito de Curitiba, Cássio Taniguchi, como superintendente da recém-criada Superintendência de Desenvolvimento da Região Metropolitana da Grande Florianópolis (Suderf). O Plamus procura atender não apenas à cidade de Florianópolis, mas à mobilidade da nova região metropolitana. O trabalho nasceu a partir de estudos técnicos contratados diretamente pelo BNDES, com recursos provenientes do Fundo de Estruturação de Projetos (FEP), com acompanhamento direto do Governo do Estado de Santa Catarina e dos municípios da área de abrangência do estudo. São 13 municípios da Grande Florianópolis: Anitápolis, Rancho Queimado, São Bonifácio, Angelina, Antônio Carlos, Águas Mornas, São Pedro de Alcântara, Santo Amaro da Imperatriz, Biguaçu, Governador Celso Ramos, São José, Palhoça e Florianópolis.
Veja, em resumo, as principais diretrizes do Plamus:
- Adoção de um modelo de desenvolvimento orientado para o transporte, com base no adensamento e ocupação mista do solo ao longo dos corredores de transporte de alta qualidade, a serem estruturados;
- Investimentos num sistema troncal de transporte coletivo, nos moldes do BRT ou VLT, com novo modelo de transporte com qualidade, conforto e que atenda às necessidades da população da região metropolitana, considerando a criação de novos eixos de desenvolvimento no Continente para evitar os grandes fluxos pendulares;
- Investimentos em infraestrutura para pedestres, com redesenho de calçadas e criação de conexões entre vias e servidões no interior dos bairros;
- Implantação nas regiões centrais de São José, Biguaçu, Palhoça e Florianópolis dos modelos de “Ruas Completas” e “Zona 30”, com integração viária entre pedestres, ciclistas e veículos motorizados;
- Recuperação e expansão da rede cicloviária, com construção de aproximadamente 300 km de ciclovias integradas (além dos 64 km existentes) e servidas por pontos de apoio com serviços de aluguel de bicicletas, duchas e bicicletário;
- Adoção do modelo aquaviário como solução de curto e médio prazo, com papel complementar aos sistemas de transporte de média e grande capacidade.
Mais informações estão disponíveis no site: www.plamus.com.br
Veja como estão os Planos Diretores de Mobilidade em algumas cidades:
Veja também a página do Ministério das Cidades com informações sobre diretrizes para os Planos Diretores de Mobilidade Urbana
*Colaboraram Du Dias, Regina Rocha e Yuriê César