Mato, esgoto estourado, buracos, falta de sinalização, placas de publicidade e carros estacionados são alguns dos problemas enfrentados pelo ciclista que deseja e precisa pedalar pelos cerca de sete quilômetros de ciclovia que existem ou deveriam existir ao longo da Avenida Archimedes Pereira Lima, mais conhecida como Estrada do Moinho, em Cuiabá.
Entre um trecho e outro do 1,8 quilômetro de faixa exclusiva para ciclistas que já existia e, dos 4,8 Km que foram construídos pelo Estado dentro do pacote de mobilidade urbana para a Copa, a situação é de precariedade e de completo abandono.
Em determinados pontos, a ciclovia já nem existe mais, inviabilizando totalmente a circulação dos ciclistas. “É um descaso total. Eu moro no Pedregal e uso a bicicleta para vir trabalhar, mas tenho que andar na pista de rolamento disputando o espaço com carros pequenos e caminhões. O risco de acidente é muito grande”, criticou o funileiro Reinaldo Ribeiro, que trabalha nas imediações.
Riberito lembra que a Arquimedes Pereira Lima faz a ligação do Grande CPA ao Coxipó e tem trafego intenso de veículos. “É uma estrada bastante movimentada e seria importante ter uma ciclovia bem conservada para diminuir os congestionamentos no trânsito e para servir como opção para quem não tem condições de pagar pelo transporte coletivo, que tem uma tarifa cara”, cobrou.
O armador Marcos Paulo de Souza, de 32 anos, também lamenta o estado de abandono. “Está bastante precária, com muitos buracos e em vários trechos os carros ocupam o espaço. Falta fiscalização”, cobrou o ciclista.
Eu um e-mail encaminhado à Redação do Diário, um leitor do jornal também se mostra indignado. “Numa rápida verificada no trecho entre o Jardim Leblon e Jardim Itália, verifica-se toda sorte de abusos cometidos por empresas sobre a ciclovia. Estacionamentos, comércio, destruição e readequações não autorizadas pelo poder público e que acontecem e passam impunemente”.
O leitor relata que em frente a uma loja de uma grande rede de eletrodoméstico da capital, a ciclovia foi transformada em estacionamento e, em alguns trechos próximos a ponte, a faixa está parcialmente destruída, além da existência de construções de rampas, concretagem, alterações de nível, entre outros.
Procurada pela reportagem do Diário, a Prefeitura Municipal eximiu-se da responsabilidade de conservação da ciclovia limitando-se a dizer apenas que as obras na rodovia feitas pelo Estado inda não foram entregues ao município. Com a duplicação da estrada foram implantados 4.8 quilômetros de ciclovias. Antes, eram 1.8 km.
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