Em Campinas (SP) dificuldade para estacionar complica rotina de ciclistas

Locais de grande frequência de pessoas, como comércio, escolas e prédios públicos da cidade ainda não contam com paraciclos ou bicicletários

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Fonte: Todo Dia  |  Autor: Paulo Planta  |  Postado em: 19 de fevereiro de 2015

Placa pouco amigável na rodoviária de Campinas

Placa pouco amigável na rodoviária de Campinas

créditos: Matheus Reche/Tododia Imagem

 

Apontado como alternativa para melhorar a mobilidade urbana e as condições do ar nas grandes cidades, o transporte por bicicleta não tem vez em Campinas. Além de não contar com espaço exclusivo e respeito no trânsito, o ciclista não tem onde deixar o veículo em locais de grande frequência de pessoas, como comércio, escolas e prédios públicos.

 

Luis Carlos Rosa, presidente do Campinas Bike Clube, diz que não existem bicicletários na região central e que prédios públicos não têm um local adequado para as bicicletas. "Se quiser ir à prefeitura, por exemplo, não tenho onde parar", disse. Ele cita a falta de estrutura para o ciclista o bicicletário da Rodoviária de Campinas. "Os poucos que se arriscam a deixar a bicicleta lá correm o risco de perdê-la", apontou.

 

Glauco Azevedo, engenheiro civil e integrante do Movimento Pró-Ciclovias Campinas, recorre pouco à bicicleta para as atividades que não sejam de lazer. "Só uso quando sei que vou ter onde deixá-la no meu destino", fala. E esses locais são limitados às casas de amigos e parentes, quase que exclusivamente. Rosa se diz frustrado, por exemplo, por não poder sair pedalando para as tarefas cotidianas.

 

A bibliotecária Izabela Pereira decidiu adotar a bicicleta como meio de transporte, já que se acostumou a usá-la para estudar. Ela conta a última experiência frustrante que teve com a bicicleta, há cerca de duas semanas, quando decidiu ir pedalando até o Parque Dom Pedro Shopping. Ela relatou ter sido barrada na entrada de pedestres da portaria 1, apesar de não existir nenhuma sinalização sobre a proibição de bicicletas. Ela argumentou que entraria de qualquer jeito e foi acompanhada por três seguranças até a portaria 4, onde existe um bicicletário que, segundo ela, é muito precário. Além de capacidade reduzida, na vaga oferecida para as bicicletas é preciso prender o veículo pela roda, o que vai causar danos no caso de alguém esbarrar no veículo e ele cair. A bibliotecária diz que quando vai à região central e outros lugares é obrigada a prender a bicicleta em postes e grades.

 

Shoppings

Alertado por outros ciclistas, o portal Tododia foi a outros dois shoppings verificar o espaço destinado para as bicicletas. No Galeria, não há vagas. A reportagem foi orientada a deixar o veículo no estacionamento para motos. No Iguatemi, onde existem poucas vagas, a reportagem foi de carro ao shopping e pediu orientação sobre onde poderia ser deixada uma bicicleta. Após uma reunião entre seguranças, a informação é que deveria ser usada a "entrada das docas".

 

A reportagem voltou outro dia de bicicleta para testar a dificuldade de acessar o shopping naquele ponto. Dessa vez, no entanto, a orientação foi para usar o estacionamento das motos. Lá, o ciclista também é obrigado a prender a bicicleta nas telas. Segundo a assessoria de imprensa do shopping, os guardas adotaram o procedimento errado e o local para as bicicletas é outro.

 

Escolas

A equipe de reportagem do portal Tododia também consultou vários colégios e nenhum deles tem espaço reservado para bicicletas.

 

Uma educadora de uma escola particular da cidade, por exemplo, disse que a bicicleta seria um fator a mais de preocupação na escola e que, por isso, os alunos não são incentivados a usá-las. Ela disse que lecionou em uma escola onde uma série de furtos fizeram as vagas de estacionamento para bicicletas serem extintas. Em uma escola técnica existem alunos que vão de bicicleta estudar, mas eles tem de improvisar locais para deixar os veículos.

 

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