O secretário de Mobilidade do Distrito Federal, engenheiro Carlos Henrique Tomé (PSB), assumiu a pasta no início do ano mas só agora, "com a casa mais organizada", diz ele, sua equipe começará a definir prioridades. Uma delas, a organização do sistema de transportes na capital federal.
Quanto à tarifa dos ônibus, Tomé garantiu que, até que sejam reformuladas as linhas do transporte, o valor atual da tarifa deverá ser mantido - hoje, o preço do ônibus no DF varia de R$ 1,50 (urbana) a R$ 3,00 (metropolitana).
De acordo com o secretário, o DF tem quase mil linhas de ônibus (quase a mesma quantidade de São Paulo), o que torna o sistema caro e ineficiente. A licitação previa renovação da frota e uma nova malha de linhas que necessitaria de menos ônibus. Mas, no fim, a licitação foi feita para 2.500 ônibus, número insuficiente para operar as linhas antigas, que necessitam de 3.500 veículos.
"Era para termos ônibus novos e uma reestruturação das linhas, mas isso não aconteceu. Então, as empresas estão operando com menos ônibus do precisam para cumprir com as viagens com as linhas antigas", lamentou o secretário.
Secretário de Mobilidade do DF, Carlos Tomé. Foto: Tony Winston/Agência Brasília
Na falta de ônibus suficientes para operar a malha antiga, o custo operacional aumentou, diz Tomê: "A tarifa técnica (aquela paga ao governo pelas empresas) já sofreu dois reajustes desde a licitação: um de 6% e outro de 12%. Agora, precisamos interromper este ciclo, implantar uma malha nova, com menos linhas, e reduzir o custo operacional”.
Tarifa zero
Logo que a nova malha de linhas seja implantada, e o sistema se torne mais eficiente, um transporte de melhor qualidade, o secretário diz que o custo do transporte público será apresentado à sociedade, assim como o quanto o governo (GDF) subsidia do sistema. "Só sob esta nova circunstância, de reestruturação do sistema, é que a população poderá decidir o quanto será subsidiado. É uma questão política; se a população quiser, haverá sim tarifa zero", afirmou Tomé.
"Primeiro, queremos mudar as linhas, divulgar e implantar o novo sistema. Depois, rediscutir a tarifa com as pessoas. Acreditamos que a tarifa possa ser reduzida, inclusive zerada, desde que seja feito com responsabilidade. Se o sistema for transparente, eficiente, barato, porque foi otimizado, aí sim, poderemos falar do custo anual do sistema e do quanto a sociedade topa bancar", declarou o gestor.
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