No centro de Manaus, ônibus tem velocidade média de 8 a 11 km/h

Dado diz respeito aos horários de pico. Na Av. Autaz Mirim, velocidade sobe para 15km/h

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Fonte: D24AM  |  Autor: Dante Graça  |  Postado em: 06 de fevereiro de 2015

Conceito de mobilidade urbana tem difícil aplicaçã

Mobilidade urbana não existe em Manaus

créditos: Sandro Pereira

 

Mobilidade urbana significa, na prática, deslocamento rápido no trânsito e acesso fácil às áreas da cidade. O conceito, em relação ao transporte urbano coletivo, não se aplica a Manaus, segundo estudo da Oficina Consultores apresentado à Prefeitura de Manaus.

 

Conforme o levantamento, a velocidade média dos ônibus nos principais corredores viários da cidade, envolvendo o Centro, gira em torno de 8 a 11 quilômetros por hora nos horários de pico, enquanto que a velocidade de uma pessoa caminhando normalmente é de 5 km/h. Na Avenida Autaz Mirim - conhecida como Grande Circular -, na zona leste de Manaus, a velocidade média dos ônibus é de 15 km/h, nos horários de maior fluxo (início da manhã e final da tarde).

 

Outro dado interessante apresentado pela pesquisa é que a frota de automóveis registrou um aumento de 157% em dez anos na cidade e a de motocicletas, de 133%.

 

Conforme o engenheiro civil José Carlos Xavier Grafite, especialista em Mobilidade Urbana e Planejamento de Transporte Urbano e consultor do PlanMob Manaus, que apresentou os dados, nessa terça-feira, em comparação a outras cidades brasileiras, apesar da lentidão dos ônibus, Manaus está com seu Plano de Mobilidade Urbano adiantado. “O maior desafio é dotar a cidade de uma rede de transporte coletivo eficiente, com a população tendo a certeza do cumprimento de horário, e que garanta rapidez aos veículos, pois o pior na rede de transporte são os atrasos e a baixa velocidade dos ônibus que ficam presos no trânsito”.

 

O diretor-presidente da Superintendência Municipal de Transportes Urbanos (SMTU), Pedro Carvalho, reconhece a deficiência do sistema. Carvalho diz que a mobilidade urbana precisa virar lei para ser cumprida. “A proposta precisa ser executável e que o plano se transforme em uma lei para que possa ser seguida e colocada em prática por qualquer gestor municipal”, disse.

 

Abril é o mês limite para que os municípios brasileiros com mais de 20 mil habitantes aprovem o Plano de Mobilidade Urbana, determinado pela Lei Federal nº 12.587/12. Caso não o façam, poderão perder recursos federais se a União decidir usar a implementação do plano como critério para liberação de verbas.

 

A Prefeitura de Manaus espera a colaboração de profissionais da engenharia e arquitetura para finalizar seu plano. Sugestões podem ser apresentadas no portal do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea) e da Prefeitura: www.cre-am.org.br e www.manaus.am.gov.br, respectivamente.

 

De acordo com o diretor-presidente do Instituto Municipal de Engenharia e Fiscalização do Trânsito (Manaustrans), Paulo Henrique Martins, a colaboração os engenheiros é importante para definir uma engenharia de trânsito. “A participação dos profissionais precisa ser a mais ampla possível, pois estamos tratando do Plano de Mobilidade Urbana em várias frentes, abordando acessibilidade, transporte público, logística do transporte de carga, sistema viário para automóveis e bicicletas, e outros, portanto, precisamos da contribuição valiosa de nossos profissionais”, afirmou Paulo Henrique.

 

O presidente do Crea-AM, engenheiro civil Cláudio Guenka, disse que o conselho vai apoiar toda iniciativa que possa trazer soluções para a problemática da mobilidade urbana de Manaus, especialmente as que reduzam os transtornos do trânsito.

 

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