Em Porto Alegre, ciclovia da Ipiranga será retomada em fevereiro

Segundo a EPTC, pista deve ser entregue à população até o fim do ano; no ritmo atual, ficaria pronta somente em 2020

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Fonte: Jornal do Comércio  |  Autor: Igor Natusch  |  Postado em: 26 de janeiro de 2015

Desde setembro de 2011, foram construídos apenas 4

Desde setembro de 2011, foram construídos apenas 4 km da via

créditos: Jonathan Heckler/JC

 

Depois de 38 meses de indefinição, a prefeitura de Porto Alegre garante que falta pouco para a ciclovia da avenida Ipiranga virar realidade. O diretor-presidente da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), Vanderlei Cappellari, afirma que as obras no trecho de 3,2km entre as ruas Silva Só e Salvador França serão retomadas a partir de fevereiro. O avanço será possível a partir da assinatura de um termo de compromisso com o Grupo Zaffari, responsável por parte das contrapartidas que viabilizam o trecho.

 

A partir disso, diz Cappellari, torna-se possível esperar a conclusão da ciclovia ainda em 2015. É mais um prazo na longa lista de possíveis datas oferecidas pela prefeitura desde o segundo semestre de 2012. A mais recente previsão indicava que a obra estaria finalizada em novembro do ano passado.

 

No momento, a ciclovia da Ipiranga vai da avenida Edvaldo Pereira Paiva (Beira-Rio) até a Silva Só. Caso a retomada se confirme, ficará faltando o trecho final, entre a Salvador França e a Antônio de Carvalho. Para que as obras ocorram, é preciso definir quais empresas ficarão responsáveis pela contrapartida nesse trecho.  A cada 100 vagas de estacionamento geradas por algum empreendimento comercial, os responsáveis devem bancar 200 metros de pista para ciclistas. Segundo a assessoria da EPTC, a questão ainda está sendo negociada e não há prazo para definição.

 

O avanço é lento. Desde o anúncio de início das obras na Ipiranga, em setembro de 2011, foram construídos cerca de 4 km dos 9,5 km da via. O ritmo é de pouco mais de um quilômetro por ano. A seguir assim, a ciclovia levaria mais cinco anos para ficar pronta, sendo entregue no primeiro semestre de 2020. Cappellari evita ser categórico, mas diz acreditar que será possível encerrar a obra bem antes disso. “Estamos trabalhando para entregar tudo ainda este ano”, acentua.

 

A ciclovia da Ipiranga é envolta em polêmicas. Em maio de 2012, a entrega de um trecho de 416 metros – menos de 0,5% da extensão total da via – foi alvo de críticas e ironias. A segunda etapa foi entregue em novembro do mesmo ano e a previsão de conclusão passou a ser até maio de 2013, mas o prazo foi adiado novamente.


Plano Diretor Cicloviário de Porto Alegre avança devagar

A demora na conclusão da ciclovia na Ipiranga reflete as dificuldades que envolvem o cumprimento do Plano Diretor Cicloviário da Capital, aprovado pela Câmara Municipal em 2009. A meta era chegar ao total de 50 km de ciclovias em 2014 – uma pequena fatia dos  495 km de vias exclusivas para ciclistas que o plano prevê. Ao final do ano, o total construído não ultrapassava os 30 km, 40% abaixo da meta.

 

Ao todo, a prefeitura entregou cerca de 5,5 km de ciclovias em 2014. Os trechos mais extensos são os da Loureiro da Silva (1,8 km), do Distrito Industrial da Restinga (1,6 km) e da Vasco da Gama (1,1 km). Pistas menores, de cerca de 300 metros cada uma, foram entregues na João Telles e na Barros Cassal, ambas no Bom Fim, e na rua Lydia Moschetti, localizada no bairro Petrópolis. Bem abaixo dos 25 km necessários para que a meta do ano tivesse sido cumprida.

 

Para este ano, a EPTC evita estabelecer metas. Além da conclusão da ciclovia da Ipiranga, é vista como certa a entrega do trecho final da avenida Beira-Rio, fazendo a ligação com a Padre Cacique. Outro projeto importante é o da Santa Cecília, unindo a Ipiranga com a Praça da Encol. O início das obras no trecho, de 1,5km, depende de discussões com a comunidade que ainda estão em andamento.

 

Para o primeiro trimestre, a prefeitura prevê a licitação de um dos trechos mais importantes para a malha cicloviária da Capital: o eixo Aeroporto-Sertório, de 12 km. Outra obra planejada para este ano é a ciclovia no bairro Humaitá, ainda na fase de projeto. As vias nas avenidas Voluntários da Pátria e Tronco devem demorar mais tempo: o avanço de ambas está vinculado a outras obras nesses locais, sem previsão de retomada.

 

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