Empoderar cidadãos e subsidiar gestores públicos com informação consistente e precisa na hora de planejar e projetar o futuro das nossas cidades. Essa é a função do SIMU – Sistema Integrado de Mobilidade Urbana, iniciativa pioneira no Brasil ainda em fase piloto que vai reunir, num só lugar e de forma padronizada, os dados de mobilidade urbana dos municípios brasileiros.
Iniciativa da SeMob – Secretaria Nacional de Mobilidade Urbana do Ministério das Cidades, o SIMU é um questionário elaborado sobre 14 eixos fundamentais, que englobam desde o serviço de transportes oferecidos até os custos, o planejamento, a capacitação de pessoal e tecnologias e inovações da cidade. Ou seja, fornece uma visão holística sobre o panorama atual de cada cidade.
O instrumento já foi aplicado em três municípios, escolhidos pela SeMob de forma experimental: Canaã dos Carajás (PA) e Votuporanga (SP), em 2014, e Gravataí (RS), nessa quarta e quinta-feira, 20 e 21 de janeiro. A equipe responsável pela aplicação é formada pelos analistas de Infraestrutura da SeMob Martha Martorelli e Aguiar Gonzada Vieira da Costa. A EMBARQ Brasil participou do grupo de trabalho responsável pelo desenvolvimento dos indicadores do questionário e também acompanha todas as aplicações in loco ao lado do Ministério.
Quando finalizado, o SIMU será aberto para consulta pública em uma plataforma online. A partir disso, as cidades poderão alimentar a ferramenta com seus dados e consultar informações de outros municípios.
O TheCityFix Brasil acompanhou a mais recente aplicação, em Gravataí, e aproveitou para entender mais sobre as funções da nova ferramenta que estará disponível online assim que finalizadas as aplicações.
Martha, do Ministério das Cidades, explicou que o questionário em aplicação piloto em algumas cidades será a base de informações para a plataforma online. O SIMU, para ela, tem duas finalidades primárias. “Oferecerá um panorama de todo o país acessível ao Poder Público e à população, ou seja, dá transparência aos dados e provê informações consistentes para subsidiar o planejamento da mobilidade urbana em todos os Entes Federativos”. Mas outro benefício acontece já no momento em que a cidade está respondendo-o: ela realiza o seu diagnóstico de mobilidade urbana, fundamental para planejar e entender os pontos altos e principais desafios urbanos.
Em âmbito nacional, o papel do SIMU também norteará o desenvolvimento de políticas públicas, uma vez que irá disponibilizar dados padronizados e consistentes que facilitarão uma compreensão macro da situação do país.
Do ponto de vista municipal, o sistema não só facilitará a busca de informações como agregará mais qualidade ao planejamento urbano. “Fazer parte deste trabalho piloto é de suma importância visto que estamos trabalhando na elaboração de nosso plano de mobilidade urbana. Poderemos entender de forma ampla a nossa realidade ao reunir todas as nossas informações num só lugar”, declarou o secretário de Mobilidade Urbana de Gravataí, Adão de Castro.
A Política Nacional de Mobilidade Urbana estabeleceu como atribuição da União organizar e disponibilizar informações sobre a mobilidade, mas está nas mãos de cada município alimentar a ferramenta anualmente quando estiver online. Essa concentração e processo de armazenamento de dados facilitará o trabalho das atuais e futuras gestões, beneficiando especialmente aqueles que dão vida às nossas cidades: as pessoas.
Leia também:
A tarifa de ônibus e a política de mobilidade
Em cidades com até 20 mil habitantes, Plano de Mobilidade Urbana pode ficar para 2018
Plano de Mobilidade de Blumenau não atende à Política Nacional