Foi realizada, na tarde desta segunda-feira (19), uma audiência pública para apresentar um estudo encomendado pela Prefeitura de Juiz de Fora que traçou o diagnóstico do transporte público na cidade. Segundo o levantamento, apenas duas empresas ou consórcios serão contemplados na licitação a ser feita pelo Executivo, e elas deverão prestar o serviço em três áreas operacionais.
Parte da solução, segundo relatório divulgado pela empresa responsável pelo estudo, é otimizar o tempo de viagem de cada linha, e não aumentar a frota. A Prefeitura abriu espaço em seu site para receber sugestões e esclarecer dúvidas de quem não pode comparecer à audiência. O questionário ficará aberto por uma semana. O edital de licitação do transporte, contudo, ainda não tem data para ser lançado.
Pesquisa sobre o transporte
No estudo, realizado entre outubro e dezembro de 2013, foram apresentados resultados de três pesquisas: a de “Embarque e Desembarque”, “Origem e Destino” e “Velocidade e Retardamento”. Para isso, a cidade foi dividida em 153 zonas de tráfico, onde os endereços foram codificados. Depois, essas zonas foram condensadas em 53 regiões.
O resultado comprovou um problema principal: a saturação da Região Central de Juiz de Fora. Das 395 mil viagens realizadas pelo transporte municipal por dia, 113 mil começam no Centro e 128 mil têm a região como destino final. Isso significa 61,3% de todas as viagens, o que mostra a alta concentração de veículos, principalmente nas avenidas Barão do Rio Branco, Getúlio Vargas e Francisco Bernardino. Nestas áreas, os principais problemas encontrados foram congestionamento, semáforos e áreas de embarque e desembarque que, segundo André Barra, engenheiro da Tecnotran, empresa responsável pelo estudo, não são suficientes para os grandes corredores. “Em alguns momentos do dia, principalmente na parte da tarde, os motoristas precisam esperar em fila até que se abra um espaço e eles possam encostar o veículo”, explicou.
Outro ponto de melhoria apontado pelo estudo é dividir a cidade em três áreas de operações. Cada empresa vencedora do processo licitatório ficará responsável por uma área, e a terceira será dividida entre as duas empresas. Além disso, para bairros distantes, que hoje não são atendidos pelo transporte público, serão utilizados micro-ônibus, que facilitam o acesso.
Barra também se mostrou favorável à volta dos terminais de integração, que já existiram na cidade. “Feito de uma maneira correta, é muito viável. Solucionaria uma boa parte dos problemas que temos hoje”, disse. Outro ponto citado pelo engenheiro na audiência foi a autonomia da Prefeitura para criar novas linhas a qualquer momento, sem que seja necessário abrir outro processo licitatório. "Isso traz segurança para a população. Se alguma demanda surgir no meio do contrato com as novas empresas, o município só precisa alinhar com elas."
O estudo também apontou sugestões para resolução a longo prazo, como a criação de uma Rede Tronco-alimentada que, segundo Barra, vai melhorar a mobilidade, circulação e acessibilidade. No entanto, serão necessários grandes investimentos, restruturação viária e implantação de terminais de integração.
O próximo passo é a divulgação do edital de licitação, que ainda está sendo preparado e não tem data para ser lançado.
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