A Prefeitura de São Paulo decidiu ampliar a utilização das ciclovias da cidade: triciclos, quadriciclos, skates, patins, patinetes e até cadeiras de rodas foram liberados, a partir desta terçafeira (16), nas faixas que até então eram exclusivas das bicicletas.
A medida que muda as regras de utilização de uma das bandeiras da gestão Fernando Haddad (PT) –que implantou 141 km de pistas para bikes– foi publicada no "Diário Oficial da Cidade".
Apesar de pesquisa Datafolha apontar aprovação de 80% dos paulistanos às ciclovias, há críticas de que elas têm baixo uso e ficam vazias a maior parte do tempo.
A mudança permite, inclusive, a circulação de veículos elétricos, como patinetes e bikes, desde que em velocidade compatível com a via.
O decreto de Haddad afirma, no entanto, que a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) pode restringir veículos e equipamentos em algumas vias devidamente sinalizadas. Ele não deixa claro qual é a punição para quem não seguir as normas.
O presidente da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos), Ailton Brasiliense Pires, avalia que outros meios podem conviver com as bicicletas. Mas, devido ao risco de acidentes, diz que a condição é haver um limite de velocidade baixo para as vias –perto de 10 km/h, algo que não existe hoje.
Para Mauricio Broinizi, coordenador de mobilidade urbana da ONG Nossa São Paulo, a medida não deve congestionar as ciclovias porque os demais meios autorizados são pouco utilizados.
"Está havendo uma diversificação dos meios de transporte não motorizados nas grandes cidades, então a tendência é liberar para skate e patinete, como aconteceu em Nova York", disse Broinizi.
A medida foi bem recebida por Billy Faga, presidente do Movimento SuperAção (que atua na defesa dos direitos de pessoas com deficiência).
"Qualquer movimento que fomente a acessibilidade e a participação das pessoas com deficiência no espaço social traz ganhos", afirmou.
Hoje cadeirantes enfrentam obstáculos nas calçadas, como postes e buracos.
A secretária municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, Marianne Pinotti, diz que serão feitas melhorias nas calçadas para adaptar as ciclovias aos cadeirantes. "É importante lembrar que a pessoa com deficiência não irá perder a calçada."
A meta da prefeitura é viabilizar uma malha de 400 km de ciclovias até o fim de 2015.
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