Último trecho do High Line de Nova York é inaugurado

Espaço público dos mais visitados da cidade americana, o High Line Park abriu seu terceiro e último trecho em setembro. Conheça a história do famoso parque linear

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Fonte: Paisagem Escrita/ Abap  |  Autor: Fany Galender  |  Postado em: 02 de dezembro de 2014

Último trecho do High Line, inaugurado em 21 de se

Último trecho do High Line, inaugurado em 21 de setembro

créditos: Fany Galender

 

Em setembro, os moradores de Nova York puderam finalmente conhecer o terceiro e último trecho do High Line, o famoso parque linear projetado na cidade americana por iniciativa de um movimento de moradores, e implantado a partir de 2006. Leia a seguir o artigo publicado no boletim Paisagem Escrita, da Associação Brasileira de Arquitetos Paisagistas (ABAP), de autoria da arquiteta paisagista Fany Galender, e aqui reproduzido:

 

O High Line, parque linear urbano implantado em Nova Iorque a partir de 2006, é um dos espaços públicos mais visitados da cidade, constituindo-se em referência mundial como estratégia de renovação de áreas degradadas, aliada à grande qualidade do seu projeto e ao potencial de requalificação da porção oeste da ilha de Manhattan.

 

Instalado sobre uma linha férrea elevada desativada no anos 1980, teve inspiração na Promenade Plantée de Paris, primeiro espaço livre público urbano sobre antigo leito ferroviário, construída entre 1988 e 1993.

 

A linha férrea original de 1934 chegava até o Soho, mas teve a parte sul demolida nos anos 1960. O restante da linha foi preservado graças a ação da Associação Amigos do High Line, formada em 1999 por empreiteiros e moradores do bairro. Depois de três anos de planejamento e negociações jurídicas, a ONG convenceu a municipalidade de que o High Line traria grandes melhorias para o ambiente construído e estimularia o crescimento econômico da região. Em dezembro de 2002, a legislação urbanística foi alterada, transformando o elevado em um espaço público para circulação de pedestres. No início de 2003 é realizado o concurso internacional de ideias Designing the High Line, com o objetivo de reunir e selecionar propostas inovadoras de transformação e reutilização do espaço. Considerada uma das parcerias públicas privadas mais bem-sucedidas da cidade segundo o jornal The New York Times, a primeira seção, inaugurada em junho de 2009, vai da rua Gansevoort (um quarteirão abaixo da rua 12) até a rua 20. A segunda, da rua 20 à 30, foi aberta em 2011.

 

Em 2004, a partir dos debates e reflexões gerados pelo concurso de ideias, o Friends of High Line e a municipalidade de Nova York lançam um processo de seleção que inclui uma pré-qualificação de candidaturas, seguida de um concurso de projetos. Cinquenta e duas equipes fizeram parte da primeira etapa de seleção, dos quais quatro escritórios foram destacados como finalistas e convidados a apresentar soluções projetuais para a área. Foram eles: James Corner Field Operativos (juntamente com o paisagista holandês Piet Oudolf) e Diller Scofidio + Renfro (vencedor); Zaha Hadid Architects e Balmori Associates, Skidmore, Owings & Merrill LLP e studio MDA; Steven Holl Architects, Hargreaves Associates e HNTB; TerraGRAM: Michael Van Valkenburgh Associates, D.I.R.T. Studio e Beyer Blinder Belle.

 

Em 21 de setembro de 2014 foi aberto ao público o último trecho do High Line Park, com 800 metros de extensão e acima do cruzamento da 10th Avenue com a West 12th Avenue. Após percorrer, em suas duas fases iniciais, 19 densas quadras dos bairros de Meatpacking District e Chelsea, o parque se configura em uma grande promenade para a qual se descortina de maneira surpreendente o Rio Hudson, totalizando cerca de 2,5 km de extensão.

 

Nas imediações, inúmeros projetos residenciais, corporativos e institucionais estão sendo construídos, com destaque para a nova sede do Whitney Museum, projeto de Renzo Piano, a ser inaugurada no início de 2015.

 

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