Vias de acesso e saída de Florianópolis estão perto da capacidade máxima

Volume de carros na região é maior do que outras cinco áreas metropolitanas no país, revelam dados do Plano de Mobilidade Urbana da Grande Florianópolis

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Fonte: Diário Catarinense  |  Autor: Milena Lumini e Thiago Santaella  |  Postado em: 25 de novembro de 2014

Ponte Colombo Salles, em Floripa: congestionamento

Ponte Colombo Salles, em Floripa: congestionamento diário

créditos: Débora Klempous/Tarifa Zero

 

Uma iniciativa que estuda a mobilidade urbana da Grande Florianópolis traz dados que comprovam o que é vivenciado praticamente todos os dias pelos moradores da região. As vias de acesso e de saída da Ilha apresentam altos níveis de saturação e há carros demais ocupando a estrutura existente. A Ponte Colombo Salles, por exemplo, está com 99% de saturação de sua capacidade; a Beira Mar Norte, com 84%.

 

Os dados preliminares do Plano de Mobilidade Urbana da Grande Florianópolis (Plamus) mostram que, na região, o deslocamento feito por transporte motorizado individual (carros e motocicletas) corresponde a 48% do total. O volume de carros é duas vezes maior que o da região metropolitana de Belo Horizonte e superior a Curitiba, Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo, de acordo com o índice de mobilidade usado pelas consultorias que elaboram o estudo.

 

 

Gráfico mostra a distância entre o lugar de moradia e de trabalho, e o volume de deslocamentos diários

 

Entre os motivos apontados para o maior uso do transporte individual na Grande Florianópolis está o padrão de urbanização das cidades, somado à falta de incentivos para uso do transporte coletivo e de meios não motorizados. A avaliação da infraestrutura mostrou que as distâncias a serem percorridas são grandes e as vias não formam uma malha com conectividade.

 

Além da baixa frequência e irregularidade, as viagens de ônibus levam em média 15 minutos a mais do que as de carro. Quem deseja deslocar-se a pé ou de bicicleta é desestimulado por calçadas inadequadas e pela falta de ciclovias. Em contrapartida, inexistem iniciativas de desincentivo aos carros, como restringir a oferta de estacionamentos — o que leva a congestionamentos cada vez maiores.

 

Gráfico mostra concentração nos deslocamentos por região (dados preliminares do Plamus)

 

Resultados e novas propostas

Os resultados da pesquisa serão apresentados ao público na próxima sexta-feira (28), em seminário realizado na UFSC. O evento terá palestras do arquiteto Michael King e da diretora do Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento no Brasil (ITDP), Clarisse Linke.

 

Detalhados os problemas, o Plamus parte para a fase de desenvolvimento de propostas de solução. A intenção é sugerir uma reestruturação completa do transporte coletivo integrado para toda a Região Metropolitana e priorizar os modais não-motorizados, especialmente nas regiões centrais. Para isso, o estudo propõe, inicialmente, um modelo de gestão integrada entre Estado e municípios de modo que a mobilidade seja tratada de forma coesa em toda Grande Florianópolis.

 

A partir da primeira semana de dezembro, iniciam-se as discussões das propostas com a sociedade civil de cada município abrangido pelo projeto, para que os moradores possam dar sugestões em relação ao estudo. A conclusão do Plamus está prevista para janeiro de 2015.

 

Infográfico mostra ocupação urbana e concentração das moradias (Dados preliminares do Plamus)


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