No Brasil, transporte é o vilão das emissões de CO2

Relatório revela o crescimento explosivo das emissões de carbono pelo setor de transportes, especialmente rodoviário. Automóveis contribuem com 80% dessa fatia

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Fonte: Seeg  |  Autor: Marcos de Sousa  |  Postado em: 19 de novembro de 2014

Emissões do transporte de passageiros no Brasil

Emissões do transporte de passageiros no Brasil

créditos: Foto: Paulo Pinto/ Fotos Públicas


Foi lançado hoje (19), em São Paulo, o relatório Estimativas Anuais da Emissão de Gases de Efeito Estufa para o Brasil. O trabalho foi apresentado em entrevista coletiva com Carlos Rittl, secretário-executivo do Observatório do Clima, e Tasso Azevedo, coordenador técnico do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (Seeg). O encontro foi realizado no auditório da FGV, Unidade Berrini, na capital paulista.

 

O trabalho apresenta estimativas anuais de emissões de cinco setores até o ano de 2013: agropecuária, energia, mudanças de uso da terra, indústria e resíduos sólidos. Segundo os organizadores, trata-se da informação mais recente e atualizada disponível no país sobre as emissões brasileiras.

 

O setor de transportes de passageiros e cargas detém a fatia mais "gorda" das emissões brasileiras, especialmente por conta da prevalência do transporte rodoviário em todo o país. Assim, mais de 92% da energia consumida em transportes está nas estradas, ruas e avenidas do país. Mais ainda: 66% dessa energia é utilizada por automóveis e motocicletas. No balanço total das emissões do setor de transportes de passageiros, 80% saem dos escapamentos de automóveis e 20% são devidas aos sistemas de transporte coletivo, ônibus principalmente. 

 

Na versão textutal do documento, "o setor transportes é o que tem apresentado as mais elevadas taxas de crescimento do consumo de energia, especialmente nos últimos dez anos do período avaliado (4,42% a.a. entre 2002 e 2012). As emissões de CO2 refletem esse comportamento do consumo energético, passando de 84 milhões de toneladas em 1990 para 204 milhões em 2012. O perfil de demanda de energia nesse setor é caracterizado pela predominância do modal rodoviário (91,6% do consumo em 2012) e pela pesada dependência do petróleo (82,8% do consumo em 2012)...". 


  


Como funciona o Seeg

O Sistema de Estimativa de Emissões de Gases de Efeito Estufa (Seeg) foi lançado em 2013 como uma ferramenta desenvolvida para calcular anualmente as emissões brasileiras e identificar sua origem. O objetivo também é publicar os resultados, forma simples e irrestrita, para a sociedade. Os levantamentos ficam disponíveis para consulta dos internautas na plataforma online do sistema (www.seeg.eco.br). O usuário pode utilizar diversos filtros para identificar a origem e o percentual de emissões. O Seeg é uma iniciativa do Observatório do Clima. O trabalho técnico é desenvolvido pelo Iema, Imaflora, Imazon e Iclei. O sistema conta com o apoio da Fundação Avina, da Climate and Land Use Alliance, da Climate Works Foundations, da Fundação OAK e do GVCEs.

Leia o relatório completo no site da GVCEs



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