Um grupo de ciclistas está coletando assinaturas em uma petição on-line que reivindica a liberação do trânsito de bicicletas nos parques municipais da capital mineira. Isso porque desde 2011 uma lei aprovada pela Câmara dos Vereadores e sancionada pelo prefeito Marcio Lacerda (PSB) proíbe o uso de bicicletas com aros acima de 16 nos parques da cidade.
Dessa forma, apenas veículos de pequeno porte têm autorização para circulação dentro das áreas verdes da capital mineira e, mesmo assim, em áreas delimitadas em regulamento. No entanto, segundo o bancário e integrante do movimento BH em Ciclo, Vinícius Mundim, em alguns parques de BH é permitido o trânsito de automóveis.
"No Parque Municipal, por exemplo, carros de funcionários podem entrar e circular normalmente, mas bicicletas não podem. Já no Zoológico é ainda pior porque qualquer visitante pode conhecer toda a área de carro e não pode entrar com uma bicicleta."
Ainda segundo Mundim, o movimento BH em Ciclo e outras entidades de ciclistas da capital mineira já tentaram por diversas vezes discutir o assunto junto à Fundação de Parques Municipais, BHTrans e Prefeitura de Belo Horizonte, mas nenhuma reunião sequer foi marcada. Ele diz ainda que os órgãos alegam risco de acidentes entre ciclistas e pedestres para a restrição de circulação de bicicletas em parques da capital.
"Há uma lenda de que, em algum momento, houve acidente entre ciclistas e pedestres. Mas, em vez de promover uma campanha educativa ou a sinalização dos parques, a Prefeitura optou por proibir o tráfego."
Apesar da proibição, a BHTrans contabiliza em sua página na internet 4,6 km de ciclovia em parques da capital, sendo 3,6 km no Parque Ecológico da Pampulha e 1 km no Parque Municipal Américo Renné Giannetti. Entretanto, em nenhum dos dois casos a utilização das ciclovias é liberada a todos os ciclistas.
Em nota, a Fundação de Parques Municipais informou apenas que a utilização de bicicletas nos parques municipais obedece à lei municipal 10.285/2011, que autoriza apenas o uso de equipamentos de pequeno porte nas áreas administradas pelo órgão, que são as bicicletas de aros 12, 14 ou 16, destinadas à crianças.
Já a Fundação Zoo-Botânica, responsável pelo Jardim Zoológico e Botânico e pelo Parque Ecológico da Pampulha, informou que no zoológico o tráfego de bicicletas não é permitido por questão de segurança dos visitantes e também porque o relevo da área é levemente acentuado.
Em relação ao Parque Ecológico da Pampulha, a utilização de bicicletas só pode ser feita por meio do programa "Bicicleta para Todos", que disponibiliza dentro do local veículos de diferentes aros para os ciclistas interessados. Entretanto, a entrada de usuários com suas próprias bicicletas é proibida.
Até esta sexta-feira (14), a petição reivindicando a abertura dos parques à circulação de bicicletas já tinha mais de 900 assinaturas. A expectativa do grupo BH em Ciclo é de alcançar mil adesões e, após isso, entregar o abaixo-assinado à Prefeitura e à Câmara Municipal.
Em agosto do ano passado, um grupo de ciclistas se organizou contra mudanças realizadas pela Prefeitura de BH na ciclovia do entorno da Lagoa da Pampulha.
Leia também:
Em BH, consulta popular pede investimentos em mobilidade urbana
BH fará teste com ônibus elétrico chinês
Prêmio Sinal Livre de Mobilidade Urbana é lançado