A cidade de São Paulo recebe no próximo sábado (15), mais uma estação de Metrô. Após quase cinco anos da inauguração da Linha 4-Amarela, finalmente será entregue a estação Fradique Coutinho, que fica entre as estações Faria Lima e Paulista, na zona oeste da capital. Faltando apenas três dias para a entrega, a reportagem do portal Terra esteve no local e conferiu os detalhes da estação que deve receber cerca de 15 mil passageiros por dia.
A equipe do Terra foi recebida por uma equipe de engenheiros, técnicos e assessores do Metrô que os guiaram, ainda entre operários, pela área que será utilizada pelos paulistanos já a partir do próximo final de semana. Ao entrar pela rua dos Pinheiros, a equipe se deparou com três opções de locomoção dentro da estação, já visando o grande fluxo de passageiros.
Como a primeira escada rolante fica bem próxima à porta da rua, qualquer problema técnico poderá gerar filas até a calçada. A opção, nesta situação, será a utilização de uma grande rampa que dá acesso ao andar inferior, além do elevador que, ao contrário de algumas estações, não fica escondido.
Cores vibrantes
Após o primeiro lance de escadas rolantes, a equipe avistou uma novidade em relação às outras estações da Linha 4-Amarela. Além da cor da própria linha e as paredes de concreto – já tradicionais no Metrô -, a Fradique Coutinho conta com um colorido especial nas portas que guardam equipamentos eletrônicos da estação.
Rosa, azul, verde e amarelo ornam muito bem com o vermelho da brigada de incêndio, transformando uma parede monótona em uma aquarela vibrante e muito bonita.
Seguindo o reconhecimento pela estação, a equipe desceu o segundo lance de escadas e chegou até o piso das catracas. Antes mesmo da bilheteria, um andaime ainda auxiliava o trabalho dos operários nos últimos retoques. Ao lado, um totem interativo chamou a atenção: com uma câmera, tela sensível ao toque e microfone para contato com a central, é mais uma forma de comunicação entre passageiros e o Metrô.
Com apenas dois guichês, a bilheteria pareceu um pouco pequena para uma estação, mas só o fluxo de passageiros e as filas mostrarão se o número de funcionários é o suficiente.
Os bloqueios da estação seguem o padrão das demais estações da linha amarela. Com placas que se abrem após o pagamento, o sistema promete agilizar a passagem das pessoas.
Sistema de som automatizado
Uma das principais novidades da estação pode passar despercebida para a maioria dos passageiros. Com microfones direcionados para as áreas de fluxo, o sistema de som se ajusta de acordo com os ruídos, permitindo um som baixo quando a estação estiver com pouco movimento e uma comunicação em um volume mais elevado quando o ruído for constante.
Durante a visitação o funcionamento do novo sistema ficou evidente, já que, durante o tempo todo, a estação foi invadida por música. Durante a passagem dos trens, por exemplo, o volume foi elevado significativamente.
Continuando a visita...
Ao passar pela catraca, há uma parede com placas de vidros amarelos. Atrás, a área operacional da estação, com sala de reuniões, refeitório e sala de supervisão. O acesso, claro, é restrito.
Virando para o lado esquerdo, o passageiro segue em direção à plataforma sentido Butantã e, para o lado direito, em direção à estação da Luz. No meio do caminho, no sentido Butantã, foram colocados quatro banheiros, incluindo dois como acessibilidade para pessoas com deficiência.
Mais um lance de escada e a equipe chegou às plataformas, onde as obras parecem dar o respiro final. Placas ainda são colocadas nas paredes e adesivos com as estações da linha ainda não haviam sido colocados nas portas automáticas. Detalhes pequenos, que não atrapalhariam o funcionamento da estação, mas que já poderiam estar lá após tantos anos de obras.
Bicicletário
Do lado externo da estação também foi construído um bicicletário onde serão guardadas as bicicletas dos passageiros que pretendem seguir o percurso de Metrô. O local ainda estava inacabado, mas operários trabalhavam em ritmo acelerado para que a obra seja entregue junto com a estação.
Segundo o Metrô, os retoques serão finalizados nesta quarta. Entre quinta e sexta a estação passará apenas pelo processo de limpeza. Ao todo, a Fradique Coutinho foi construída em uma área de 14.260 m². Ela é sétima a ser entregue na Linha 4.
Atrasos
Em obras desde 2005, a entrega da estação Fradique Coutinho já foi prometida para diversas datas, sofrendo atraso de mais de 4 anos. Em seu projeto, a entrega era prevista para 2010, mas as obras atrasaram, entre outras coisas, pelo acidente no canteiro da Estação Pinheiros, em 2007, que resultou com a morte de sete pessoas.
O governo do Estado de São Paulo, então, prometeu a entrega para 2011, mas acabou mudando a data para 2012, 2013 e, por fim, para 2014. A última previsão era de que ela fosse entregue em outubro, mas o prazo não foi cumprido mais uma vez, pela falta de todas as licenças necessárias.
Com a inauguração da Fradique Coutinho, ficam faltando as estações Vila Sônia, São Paulo-Morumbi, Oscar Freire e Higienópolis.
Segundo o governo, nos primeiros dias de funcionamento, de 15 a 21 de novembro, o horário será das 10h às 15h. A partir do dia 22 ela começa a operar no horário normal das demais estações.
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