A obra de alargamento das calçadas e implantação de um sistema de tráfego que privilegia o pedestre na Rua Professor Flaviano de Melo tem sido a aposta de comerciantes que passaram a investir em estabelecimentos voltados para aquela rua, à espera de um maior fluxo de consumidores.
As intervenções já começaram a ser executadas em trecho próximo ao Terminal Central, entre as ruas Sebastião Furlan e Tenente Manoel Alves dos Anjos, e avançará em módulos para minimizar o impacto no trânsito. Até a chegada na Rua Braz Cubas, a obra será exclusivamente de infraestrutura. Da Braz Cubas até a Praça Monsenhor Roque Pinto, próximo à Catedral de Santana, a via ganhará um visual semelhante ao de uma praça, com piso especial, bancos, lixeiras e bicicletários (leia mais nesta página).
“Nós ampliamos por causa das obras”, afirma a comerciante Margarida Hoshina, de 59 anos. Ela inaugurou na semana passada uma loja de artigos infantis, com frente para a Paulo Frontim, mas, com a informação sobre as novas intervenções, ela ampliou o estabelecimento e transformou a garagem dos fundos em uma nova frente, esta virada para a Flaviano de Melo.
O comerciante Jurandir Fernandes de Oliveira, de 47 anos, sócio de uma loja especializada em empadas, se estabeleceu na Flaviano de Melo há um ano comemora a possibilidade de ampliar a clientela. “Nossa expectativa é muito boa, porque o fato de privilegiar o pedestre vai fazer o movimento aumentar aqui na frente”, avalia.
Oliveira destaca ainda que aos poucos os espaços comerciais da rua estão sendo ocupados por novos estabelecimentos. “Algumas lojas já abriram e tem bastante galpão para alugar”, finaliza.
Apesar de comemorar a preferência ao pedestre, o comerciante se mostra preocupado com outro problema antigo do Centro da Cidade: a falta de estacionamentos, já que a Flaviano de Melo vai perder parte do espaço que ainda é destinado aos veículos. “Acho que deveria ter uma opção da própria Prefeitura para que os consumidores do Centro pudessem estacionar e andar tranquilamente a pé, até para podermos concorrer igualmente com as lojas do shopping”, sugere.
A professora Michelle Yura, de 33 anos, é a responsável – junto com a prima - por uma loja recém-adquirida pelo pai, um comerciante com pelo menos 50 anos de experiência e que viu a oportunidade de crescimento do ponto na Flaviano de Melo. “A gente está torcendo para que essas obras sejam benéficas para o comércio daqui. Esta rua não é tão movimentada quanto a Paulo Frontim, apesar da proximidade”, afirma.
A prima dela, a bióloga Caroline Yura, de 29 anos, também passou a se empenhar no comércio da família. Ela percebeu um aumento no número de lojas no trecho que deve se tornar um terceiro calçadão na região central da Cidade. “Aqui ainda não tem muito comércio, mas com certeza isso deve mudar”, aponta.
Obra avança para novo trecho
As intervenções na Rua Professor Flaviano de Melo devem atingir o segundo quarteirão a partir desta semana, entre as ruas Tenente Manoel Alves dos Anjos e Princesa Isabel de Bragança. Nesta fase, as obras, mesmo após a conclusão, serão “invisíveis”, já que compreendem a modernização do sistema de drenagem e melhorias nas redes de abastecimento de água e coleta de esgoto. É importante lembrar: durante as obras, o tráfego de veículos no trecho será totalmente interditado.
O objetivo da Prefeitura Municipal é chegar à Rua Braz Cubas até o próximo dia 30 de novembro, conforme destaca o secretário municipal de Obras, Cláudio de Faria Rodrigues. A pausa na obra deve durar até os primeiros dias de janeiro e foi acertado com os comerciantes da região central da Cidade, para evitar interdições no trânsito durante o período de final de ano, considerado o melhor para as vendas.
As equipes voltam em janeiro para o trecho principal, entre a Rua Braz Cubas e a Praça Monsenhor Roque Pinto de Barros, próximo à Catedral de Santana, onde a via vai receber – além dos serviços de drenagem – obras de renovação urbana com o alargamento das calçadas, piso intertravado e sistema traffic calm (tráfego calmo) de circulação de veículos.
Também devem ser instalados bancos, lixeiras, bicicletários e espaços semelhantes aos de pequenas praças, com acessibilidade total para pessoas com deficiência, e trabalho de paisagismo.
“A ideia é que a gente tenha concluído tudo ainda no primeiro semestre do próximo ano, mas tudo vai depender da nossa evolução”, destaca Rodrigues. O projeto executivo já foi definido, entretanto, existe a possibilidade de que no trecho seja adotada fiação subterrânea, o que, se o orçamento permitir, poderá aumentar o tempo de execução até maio. “O importante é destacar que estamos empenhados e fazendo estudos para minimizar o impacto”, completa o secretário.
A Praça Monsenhor Roque Pinto de Barro receberá as mesmas intervenções e será integrada à Praça Coronel Benedito de Almeida que, por sua vez, será ampliada até a calçada da Catedral – também com adoção do traffic calm para circulação de veículos.
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