Você adora pedalar nos parques da sua cidade? Os belo-horizontinos também, mas eles não podem fazer isso há algum tempo! Na capital mineira, a lei proíbe os cidadãos de pedalarem nos parques municipais da cidade com bicicletas acima de aro 18, mas chegou a hora disso mudar!
Tentarei explicar resumidamente como a cidade vem tratando esse tema que pode parecer superficial, mas diz muito sobre como uma gestão municipal encara o uso dos espaços públicos:
Em 2011, a prefeitura de Belo Horizonte decidiu que teria metas anuais de implantação de ciclovias. À época, esta era a única ação pública na cidade para estimular o uso da bicicleta como modo de transporte. Atualmente, depois das diversas manifestações, institucionalizadas ou não, dos belo-horizontinos, isso está mudando, mas muito lentamente.
De lá para cá, nenhuma dessas metas foi cumprida. Para 2012, a meta era 80 km. Chegamos ao final de 2014 e não temos mais que 70 e poucos quilômetros, segundo dados da BHTrans. Dentre estes, 3,6 km são de uma ciclovia dentro do Parque Ecológico da Pampulha e que só permite a circulação das bicicletas do próprio Parque. Para saber mais sobre o caso do Parque Ecológico, clique aqui.
Não satisfeita com a proibição das bicicletas, a prefeitura resolveu criar uma ciclovia mirim dentro do Parque Municipal Américo Renné Giannetti, o mais conhecido da cidade e que está localizado no centro de Belo Horizonte. Segundo o poder público de BH, “as ciclovias infantis foram projetadas considerando traçados que causassem menor impacto ao ambiente, não restringissem o acesso dos pedestres a qualquer parte do parque e que oferecessem as melhores condições de segurança para utilização por crianças de até 12 anos.”
Curioso ver que a mesma prefeitura que liberou a obra do viaduto que caiu, de viadutos sem acesso para pedestres, de estações de BRT sem acessibilidade e desenho universal, é a mesma que afirma que as ciclovias, sem devido cuidado, têm a possibilidade de restringir o acesso das pessoas às áreas do Parque.
O Parque Municipal tem ruas largas e que se adequam à solução mais moderna em termos de uso do espaço público: o compartilhamento da via com baixa velocidade máxima. Sem histórico de acidentes graves envolvendo crianças e suas bicicletas no Parque, pode-se afirmar que esta ciclovia é um projeto desnecessário, antiquado e que gastou recursos públicos erroneamente. Para se ter uma ideia do que foi investido nesse processo, façamos um cálculo básico: Para se pintar 1km de ciclovia sem sinalização horizontal (placas), a prefeitura gasta cerca de R$ 180.000,00. A ciclovia do dia das crianças tem 500m. Logo, ela custou cerca de R$ 90.000,00 aos cofres públicos, sem contar a contratação da criação do projeto.
Depois da inauguração da ciclovia, no último dia 12, os ciclistas de BH estão se mobilizando para que em TODOS os parques da cidade seja permitido o uso de bicicletas, skates, patins, patinetes e outras formas de locomoção ativa.
Mesmo quem não mora em Belo Horizonte pode colaborar para pressionar a prefeitura a abrir os parques da cidade às bicicletas! Como? De algumas formas:
- Assinando a petição- http://a.bhemciclo.org/1pbHAqk. A cada assinatura, os gestores públicos municipais receberão um email falando da campanha e pedindo ação. =)
- Compatilhando o conteúdo em suas redes sociaisFacebook e Twitter.
- Incluindo sua empresa, movimento social, escola ou outra forma de organização como signatária. Envie um e-mail para bhemciclo@gmail.com com o título “Quero pedalar nos parques de BH”. No conteúdo do e-mail, envie o nome do seu coletivo, movimentos social, empresa, escolas e etc. Se possível, envie o sítio eletrônico da sua organização.
São signatários da campanha:
Saiba mais acessando o site da BH em Ciclo: http://bit.ly/1vuZoE0.