Em Fortaleza, em pleno horário de pico, a bicicleta é 1h06min mais rápida do que as topiques. Esse foi o resultado do Desafio Intermodal da Capital, que aconteceu ontem à noite, percorreu oito quilômetros entre os bairros Dionísio Torres e São Gerardo e reuniu 21 participantes em 13 modos diferentes de locomoção. Até quem fez o trajeto caminhando chegou mais rápido do que quem escolheu o transporte público.
O objetivo da ação, promovida pela Associação Ciclovida e parte da programação do Mês da Mobilidade, foi comparar a eficiência de diversos modos de deslocamento.
Os voluntários-participantes se encontraram na Praça da Imprensa e, exatamente às 18 horas, começava o trajeto até a praça Jonas Gomes de Freitas. Hoje, os resultados sobre os custos e a emissão de CO2 (gás carbônico) de cada modal devem ser incluídos no ranking e provocar novas estatísticas sobre a mobilidade na Capital. “Queremos qualificar o debate através da coleta de dados”, destacou o diretor-presidente da Ciclovida, Celso Sakuraba. Conforme ele, o impacto do uso de outras formas de locomoção pode ser traduzido ainda em estatísticas da saúde pública e até do comércio.
No desafio, o trajeto foi escolhido por cada participante e a distância percorrida era monitorada por aplicativos de celular. Os níveis de emissão de gás carbônico serão definidos de acordo com a padronização de emissão do poluente de cada um dos modais. No local da chegada, uma equipe da Ciclovida cronometrava o tempo da viagem dos participantes.
Percurso
Rotinas, profissões e escolhas diferentes, mas um mesmo pensamento: é possível optar por outras formas de transporte além do carro. Algumas dificuldades ainda precisam ser sanadas e, para isso, de acordo com os participantes do Desafio Intermodal, faltam mais ações governamentais e consciência social.
O primeiro a cruzar a cidade e terminar o desafio foi o fotógrafo Davi Maia, 26, a bordo de uma bicicleta rápida (com estrutura profissional). Foram apenas 20 minutos. “Fazer da bicicleta seu transporte é uma experiência gradativa, e ações como a de hoje provam que esse modal pode ocupar a cidade e o ser humano pode, sim, se adaptar”, afirmou Davi, que há dois anos escolheu o veículo de duas rodas para se locomover.
A universitária Mariana Quezado, 23, participou do desafio de carro e demorou 47 minutos para fazer o percurso. “Ainda não aderi à bicicleta por pressão da minha família, que tem medo de acidente. Mas respeito o ciclista e mudo de faixa para dar espaço assim como faço com outro carro”, ponderou.
De acordo com a Ciclovida, essa foi a segunda edição do Desafio Intermodal em Fortaleza. No restante do País, a ação é tradicional e exerce papel definitivo na hora de escolher como ir e vir diariamente.
Serviço
Mês da Mobilidade
Quando: até domingo, 28
Onde: em diversos pontos da Capital
Outras informações: facebook.com/ciclovidafortaleza e www.ciclovida.org.br
Ranking
Bicicleta rápida: 20 minutos
Bicicleta rápida: 20 minutos
Bicicleta rápida: 21 minutos
Bicicleta elétrica: 26 minutos
Motocicleta: 29 minutos
Mototáxi: 31 minutos
Bicicleta urbana: 34 minutos
Motocicleta: 34 minutos
Bicicleta urbana: 37 minutos
Bicicleta cargueira: 39 minutos
Bicicleta e ônibus: 43 minutos
Táxi: 46 minutos
Bicicleta e ônibus: 47 minutos
Carro: 47 minutos
Pessoa correndo: 49 minutos
Carro: 53 minutos
Ônibus: 57 minutos
Pessoa caminhando: 1h17min
Ônibus: 1h23min
Topique: 1h26min
Topique: 1h26min
OBS: foram 21 voluntários com alguns modais sendo usados por mais de um participante.
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