Fotógrafa carioca cria projeto para divulgar ciclovias 'invisíveis'

O objetivo é mostrar que existe demanda pelo uso da bicicleta na cidade. Em site colaborativo, ciclistas são convidados a enviar fotos

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Fonte: G1 Rio  |  Autor: Daniel Silveira  |  Postado em: 24 de setembro de 2014

Michelle só percebeu os ciclistas quando começou a

Michelle só percebeu os ciclistas quando começou a pedalar

créditos: Michelle Castilho / Divulgação

 

Enquanto a capital paulista enfrenta polêmica em torno da construção de ciclovias, uma fotógrafa carioca amplia o olhar sobre as vias da cidade para mostrar por onde as bicicletas do Rio circulam. ‘Ciclovias Invisíveis’ é o nome do projeto fotográfico que Michelle Castilho, 29 anos, criou para provar que a 'magrela' é um meio de transporte que não impõe limitações – nem de perfil do ciclista nem de estrutura de tráfego.

 

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O projeto de Michelle surgiu como inspiração para o trabalho de conclusão do curso de Jornalismo. “Antes de pedalar eu não enxergava o ciclista. Depois que eu comecei a pedalar passei a perceber o número grande de pessoas pedalando pela cidade, fora das ciclovias. A fotografia era o melhor meio para mostrá-las”, contou.

 

Michelle ressaltou que no início de sua incursão sobre duas rodas ela temia pedalar entre carros e ônibus. Além disso, ouvia pessoas próximas questioná-la sobre a segurança ao transitar em vias que não são exclusivas para bicicletas. “No início, é difícil, mas depois você se acostuma e entende que é possível conviver harmonicamente com os motoristas”, disse.

 

Adepta da bike, Michelle hoje se considera uma 'cicloativista' (Foto: Michelle Castilho / Divulgação)Adepta da bike, Michelle hoje se considera uma 'cicloativista' (Foto: Michelle Castilho / Divulgação)

 

Em defesa das ciclovias

Com o ‘Ciclovias Invisíveis’, a fotógrafa quer mostrar que existe uma demanda cada vez mais crescente pelo uso da bicicleta como meio de se locomover em área urbana. “Acho que mostrar essas fotos funciona mais que estatísticas. Dizer que o número de ciclistas cresceu é abstrato. As fotografias mostram estes ciclistas”, defende.

 

A fotógrafa visitou Amsterdã, tida como a capital mundial da bicicleta, e constatou o óbvio. "Por mais que as cidades tenham estrutura para bicicleta, vai ter um momento que você vai ter que dividir a via com os motoristas". Por isso, o respeito às normas de circulação é alvo de defesa de Michelle. “Eu entendo que é muito difícil respeitar as regras quando se está começando, mas é indispensável seguí-las”.

 

Faz quatro anos que Michelle iniciou o projeto. De lá pra cá, ela conta, percebeu mudanças no perfil dos ciclistas que pedalam no Rio. Ela destaca que a oferta de bicicletas para aluguel democratizou o uso e aumentou a diversidade do público sobre duas rodas. “Além disso, eu sinto que hoje eu sou mais respeitada nas ruas do que quando comecei a pedalar. Às vezes, vejo motoristas acenando para mim positivamente”, comemorou.

 

Mais que um meio de transporte, a bicicleta parece ter se tornado uma filosofia de vida para a fotógrafa, que compartilha o seu olhar sobre o mundo em duas rodas por meio do site http://cicloviasinvisiveis.com. A partir desta semana ela torna o projeto colaborativo para que mais ciclistas e “ciclovias invisíveis” sejam vistos no Rio. Para participar, basta publicar as fotos no Instagram com a hashtag #cicloviasinvisiveis para que as imagens apareçam automaticamente na página inicial do site.

 

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