Subúrbio de Salvador terá estações para uso gratuito de bikes comunitárias

Prefeitura diz que vai ampliar a extensão das ciclofaixas dos 50 km atuais para 350 km

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Fonte: Correio 24 horas  |  Autor: Clarissa Pacheco  |  Postado em: 17 de setembro de 2014

Bikes ficarão em galpões para uso de moradores

Bikes ficarão em galpões para uso de moradores

créditos: Marina Silva

 

Há quase um ano, as vias de Salvador ganharam elementos novos e assíduos: as bicicletas do programa de compartilhamento Bike Salvador. E não há ladeira que resista: com as laranjinhas, a população já sobe, desce e até transita pelas principais vias, especialmente na orla. Nos próximos meses será a vez dos bairros populares conviverem um pouco mais com as magrelas.

 

O Movimento Salvador Vai de Bike já desenhou e pretende levar o projeto Bike Comunidade à periferia – o Subúrbio Ferroviário é a região mais cotada para receber a primeira estação. Uma vez iniciada a obra, ela deverá ser entregue em 60 dias – até o final do ano.

 

Segundo o coordenador do Movimento, Isaac Edington, a ideia é promover integração e acessibilidade nas comunidades. Segundo ele, Salvador tem potencial para receber 40 estações, mas preferiu não estipular prazos para cada uma delas. “A comunidade favorece o uso da bicicleta, principalmente nos pequenos deslocamentos. Há quem busque emprego com a bicicleta. O bicicletário será um ponto de integração”, destaca Edington.

 

Para implantar a primeira estação, a prefeitura fará um investimento de R$ 150 mil. Uma parceria com o banco Itaú, que já patrocina o Bike Salvador, possibilitará a aquisição das bicicletas e a manutenção do sistema.

 

Nas estações, em vez de funcionários públicos, associações comunitárias devem cuidar dos espaços. “A gente identifica o terreno, verifica qual é a infraestrutura, vê se a comunidade é participativa e, depois, leva o projeto”, diz Edington, explicando o processo.

 

Diferencial

Diferentemente do Bike Salvador, no qual se paga uma taxa anual de R$ 10, o cadastro no Bike Comunidade será gratuito. As bicicletas também terão outras especificações – serão mais robustas. O cadastro será feito por residências e cada casa poderá registrar até três moradores. Para retirar as bikes da estação, por até três horas, basta apresentar documento e comprovante de residência.

 

Cada estação terá 31 magrelas: 27 utilitárias, com garupa e cesta frontal, facilitando o transporte de livros, material de trabalho e outros objetos; três bicicletas de transporte de cargas mais pesadas, para prestação de serviços como  entregas de água, gás de cozinha; e ainda um triciclo adaptado para cadeirantes.

 

Cada estação terá 45 vagas e as 14 restantes poderão ser usadas por qualquer ciclista.

 

 

Outra diferença em relação às estações do Bike Salvador, nas quais há apenas um suporte onde os veículos são encaixados, os terminais do Bike Comunidade funcionarão em uma espécie de galpão plotado. Nele haverá banheiros, sala de administração, área de convivência e uma minioficina para pequenos reparos, tudo gratuito.  O  projeto piloto  é desenvolvido pela Companhia de Desenvolvimento Urbano de Salvador (Desal). 

 

Mobilidade 

O presidente da Federação das Associações de Bairro de Salvador (Fabs), João Pereira, diz que aprova a iniciativa e abraça a causa “com alegria”. “Essa era uma pauta que já reivindicávamos faz um tempo e que agora começa a ser concretizada. Aqui, as pessoas costumam utilizar muito a bicicleta como transporte para chegar até o trabalho e para lazer”, conta.

 

O cicloativista Valci Barreto, do grupo Jabutis Vagarosos, e porta-voz da Associação dos Bicicleteiros da Bahia (Asbeb), também vê com bons olhos o projeto e diz que essa é mais uma chance de que Salvador adote a magrela como meio de transporte.

 

“Bicicleta para correr e para lazer nós já temos muito, mas está faltando a cultura do uso da bicicleta como meio de transporte”, comenta.

 

Segundo Valci, a ideia de levar o compartilhamento aos bairros já havia sido conversada com Isaac Edington.

 

“As pessoas se queixam que as coisas só acontecem na Barra e nas áreas nobres, o que não deixa de ser verdade. Essa ação nos bairros é para ser festejada”, considera. O grupo Jabutis Vagarosos prometeu participar da inauguração e doar uma bicicleta usada para o projeto.

 

Prefeitura libera bikes em planos e planeja 350 km de ciclofaixas

Para quem desanima só de imaginar ter que vencer as ladeiras da cidade, uma boa notícia: quando forem reabertos ao público, os planos inclinados Gonçalves, Pilar e Liberdade-Calçada estarão disponíveis para o acesso de bicicleta - uma por viagem.

 

Segundo a Transalvador, Liberdade-Calçada será entregue até o final de setembro. O Gonçalves, que já foi reinaugurado, mas passa por reparo em uma peça, voltará a funcionar na primeira quinzena de outubro. Já o Pilar será entregue em janeiro de 2015.

 

A prefeitura também afirma que pretende ampliar a extesão das ciclofaixas dos 50 km atuais para 350 km, até 2016. “É um desafio ambicioso. Queremos estar entre as primeiras capitais brasileiras no uso da bicicleta”, antecipa Isaac Edington, coordenador do Movimento Salvador Vai de Bike.

 

Colaborou Diego Costa




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