Quem troca o carro pela bicicleta enfrenta obstáculos, inclusive para estacionar. Na capital federal, a lei exige bicicletários. A lei já está valendo há cinco meses. Fizeram as ciclovias mas não providenciaram bicicletários ou suportes específicos para guardar a bicicleta. O que é fundamental para quem vai pedalando para o trabalho. Muita gente improvisa, prende a bicicleta em um poste. Vai para o trabalho. Quando volta, a bicicleta foi furtada.
Ciclovia tem. São 350 km em todo o Distrito Federal. Mas, tamanho só não basta. Ai de quem resolve usar a bicicleta como meio de transporte.
Muitas ciclovias não têm sinalização indicando que o espaço é do ciclista, e não de pedestre. E é difícil achar um longo trecho contínuo.
“Há inúmeros locais onde a ciclovia não nos leva para lugar nenhum”, comenta um homem.
Com jeitinho, até que dá para chegar nos lugares. Mas aí vem o outro problema.
“Vai colocar onde? Não pode entrar com a bicicleta, não tem um paraciclo para botar a bicicleta, prender ela. Fica difícil a gente vir de bicicleta pro trabalho, de casa pro trabalho”, comenta Felipe Machado, auxiliar de engenharia.
Os amigos improvisam as bicicletas ficam presas na grade. E eles vigiando de lá de cima.
“Será que tenho que vir de carro, contribuir mais ainda pro congestionamento, contribuir para falta de vagas e ainda poluir o meio ambiente?”, diz Mahammed Vasconcelos, gerente de projetos.
Quem resolve passear de bicicleta também tem problemas. O Bom Dia Brasil foi a um dos shoppings mais movimentados de Brasília. Na entrada, nenhum bicicletário. Indicaram a garagem para estacionar junto com as motos, pois não havia bicicletário.
Mas uma lei exige que lugares como shoppings, agências bancárias, estações do metrô e supermercados Tenham bicicletários instalados. Deveria estar valendo há cinco meses. Só que nem onde a lei foi aprovada, na Câmara Legislativa, eles existem.
E quando a noite cai, pior ainda.
“Se você deixar a bicicleta encostada ou trancada em algum lugar, com certeza, quando voltar você vai ter uma surpresa, uma má surpresa”, diz Cláudio Alves Ferreira, do grupo pedal noturno.
Um grupo conta que onde eles moram, a 30 quilômetros de Brasília, nunca viram um bicicletário.
“Eu acho um desrespeito com a gente, é superdesconfortável, inseguro, acho que é um direito da gente e tinha que ter”, ressalta Lígia Gabriela Santos, secretária.
Então decidiram pedalar por lazer. Devidamente equipados, lá vão eles, na esperança de um dia poderem fazer as atividades rotineiras de bicicletas.
A Câmara Legislativa informou que já foi aberto um processo de licitação para instalar bicicletários no prédio.
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