O prefeito de Campinas, Jonas Donizette (PSB), assina nesta sexta-feira (22) um financiamento com a Caixa Econômica Federal (CEF) no valor de R$ 1,2 milhão para viabilizar um projeto de implantação do veículo leve sobre trilhos (VLT) novamente em Campinas.
O valor do empréstimo será para estudos técnicos e de viabilidade do sistema. No próximo mês está previsto uma concorrência para a escolha da empresa que fará o trabalho. O projeto deve ser entregue até novembro.
A verba é proveniente do Ministério das Cidades com recurso do Orçamento Geral da União (OGU). O contrato não será a fundo perdido. O Município pagará pelo empréstimo futuramente.
Apesar de ainda não ter sido iniciado, o novo projeto do VLT deve ser completamente diferente do implantado na década de 1990 e que acabou não atendendo as necessidades da cidade na época e, terminou abandonado e sucateado anos depois.
Os estudos irão contemplar o eixo Centro-Viracopos. O trajeto tem cerca de 17 quilômetros de extensão e deve ser feito em trechos inéditos e que contemplem integração com a futura linha BRT (ônibus rápidos previstos para circular em dois corredores exclusivos nos eixos Campo Grande e Ouro Verde até o Centro) em ao menos um ponto na região central da cidade. Segundo estimativas da Secretaria de Transportes, o novo terminal de passageiros do Aeroporto Internacinal de Viracopos aumentará para 100 mil pessoas a circulação diária no eixo.
“Esse projeto vai analisar a viabilidade e o melhor traçado. Já temos ideias de alguns, mas tem que ser paralelo a Rodovia Santos Dumont (SP-75). Será um estudo que apontará se o VLT é a melhor saída”, afirmou o secretário da pasta e presidente da Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec), Carlos José Barreiro. Ele adiantou que a intenção é fazer com que o ponto final do VLT seja dentro do terminal de passageiros e não no entorno aeródromo.
“Temos que facilitar já que hoje temos, praticamente, um único caminho até o terminal. Queremos conversar com a concessionária responsável pela administração do aeroporto e ver uma forma para que o passageiro chegue, desça do VLT e pegue uma escada que já sai na área de embarque de passageiros”, explicou.
Ele afirmou que a vantagem do VLT é ele ser um meio de transporte de fácil integração urbana e que não promove agressão ao meio ambiente já que usa energia elétrica. “A grande vantagem desse tipo de modal é que ele é bastante integrado ao seio urbano. O piso é baixo, permite a implantação sem nenhum tipo de infraestrutura especial”.
Por outro lado o custo para implantar de fato o sistema passa de R$ 1 bilhão. Segundo dados da Emdec, cada quilômetro do sistema consome, entre obras, material rodante e tudo o que é necessário para funcionar, cerca de R$ 80 milhões.
“É caro, mas é relativo. O estudo também vai levar isso em conta. O benefício é grande. O estudo vai fazer uma análise comparativa com outros modais. O novo VLT vai ser completamente diferente do passado, que foi uma adaptação de um trem urbano. Eram vagões de trens adaptados. Aquilo não era VLT”, defendeu.
Se o projeto for aprovado no final do ano, a pasta ainda vai analisar como conseguirá verba para a construção. “Pode ser pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), e já conversamos com investidores estrangeiros que têm interesse de aplicar este tipo de modal na cidade”.
Futuro
Futuramente a pasta já pensa em outros três eixos para o VLT. Centro-Barão Geraldo, Centro-Sousas e um circuito rotatório passando pelo Centro expandido e interligando com os futuros eixos dos BRTs. O sistema de transporte sobre trilhos planejado pelo Executivo também servirá para alimentar o Corredor Noroeste, de transporte metropolitano, e os futuros corredores do Ouro Verde e do Campo Grande que serão abastecidos pelo BRT.
O dinheiro para a construção dos corredores virá do Programa de Aceleração do Crescimento da Mobilidade (PAC 2). O investimento total está orçado em R$ 338 milhões (R$ 98 milhões da União, R$ 197 milhões de financiamento do BNDES, e R$ 44 milhões de contrapartida da Prefeitura.
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