Incomodados com as obras de revitalização da Savassi, na Zona Sul de Belo Horizonte, moradores, ao lado de turistas do mundo inteiro, terão de conviver com intervenções ainda maiores na cidade, em função da ampliação do metrô, em pleno período de Copa do Mundo. Demanda histórica da capital, prefeitura e Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo do Governo do Estado (Secopa) asseguraram, nesta terça-feira (4), que a cidade promoverá as obras de infraestrutura ferroviária, mesmo durante o evento esportivo.
O posicionamento quer abafar, antes que ganhe força, movimento em defesa do início das obras do metrô para depois da Copa do Mundo. Como reconhecem a própria prefeitura e a Secopa, as obras para a ampliação do metrô da capital vão provocar escavações, intervenções em corredores de tráfego e fechamento das já estagnadas vias de trânsito. Mesmo assim, a prefeitura quer garantir o início das obras para o “mais rápido possível”.
No momento, estão sendo preparados os projetos executivos e os editais para a licitação. Por enquanto, não há prazo para que o projetos fiquem prontos. São eles que sustentam a concorrência pública para escolha da empresa que vai executar a obra. Nesta quinta e sexta-feira, técnicos da prefeitura vão ao Rio de Janeiro para conhecer os projetos desenvolvidos pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) para a expansão do metrô. O objetivo é conjugar as propostas da estatal com os que a prefeitura já possui para elaborar uma proposta mais rápida.
Entre estudos e licitações, a previsão é a de que as obras sejam iniciadas daqui a um ano, com o término das intervenções previsto para quatro anos. Considerando que a data de início seja outubro de 2012, a expansão do metrô da capital só seria entregue em outubro de 2016, dois anos após a Copa do Mundo. Se o início for protelado para depois do evento esportivo, o transporte sobre trilhos só ficaria pronto em 2018.
Além da demanda histórica, outra motivação para o prefeito iniciar as obras do metrô o quanto antes são as eleições municipais. Tirar as obras do papel, depois de anos de espera, daria ao prefeito a condição de se transformar, aos olhos do eleitor, em “pai do metrô”, fato que resultaria em votos certos. “É uma maldade enorme. O Lacerda já disse que o metrô não tem nada a ver com a Copa. A modernização da linha 1 e a construção da linha 2 vão causar tanto impacto assim?”, questiona um dos interlocutores do prefeito.
O aliado reconhece, porém, que a linha 3 – Savassi-Lagoinha – vai demorar mais tempo por ser subterrânea.
Por meio de sua assessoria, o secretário Extraordinário da Secopa, Sérgio Barroso, disse que “para uma cidade e um Estado que está crescendo muito, acima da média nacional” se faz necessário “conviver simultaneamente com as obras da Copa e as obras pós-Copa”. A Secopa não se posicionou sobre os impactos que uma obra do porte do metrô pode causar durante a realização dos jogos.
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