Sinalização para pessoas em Brasília precisa melhorar, e muito

Distrito Federal ficou em 7º lugar no ranking do Sinalize!, que avaliou 13 capitais. A média foi 2,5, com resultados abaixo do razoável em todos os modais

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Fonte: Mobilize Brasil  |  Autor: Regina Rocha / Mobilize Brasil  |  Postado em: 15 de agosto de 2014

Pontos de ônibus modernos, mas sem informações ao

Pontos de ônibus modernos, mas sem informações ao usuário

créditos: Ana Paula Borba Gonçalves Barros

 

Brasília é a capital com o maior número de levantamentos feitos em dois meses da campanha Sinalize!, tendo recebido 55 avaliações de seus colaboradores. Mas o resultado final decepciona – como aliás nas demais cidades avaliadas -, já que a capital federal não passou da média 2,5, considerada ruim pelos critérios da campanha, que estabeleceu notas variando de 0 a 10. 

 

Com este resultado, Brasília ficou em 7º lugar no ranking, uma posição abaixo da média das 13 capitais avaliadas pelo Mobilize. Importante ressaltar que o resultado de Brasília só reitera o panorama geral encontrado, em que nenhuma cidade conseguiu mostrar uma sinalização para pessoas com padrão considerado além do razoável.    

 

Sinalização por modal 

Os colaboradores brasilienses percorreram diferentes pontos da cidade observando o estado e existência de faixas, semáforos e placas para pedestres e ciclistas, e a sinalização de acessibilidade e para usuários do transporte público. 

 

No total do transporte coletivo, o modal mais bem sinalizado de Brasília é o BRT (Bus Rapid Transit), com média 6,8, seguido do metrô (6,1) e do ônibus (1,7). A sinalização para pedestres teve 3,0 de média. Por último, ficou a sinalização para ciclistas, com nota 1,4. Dentro da estrutura cicloviária, a melhor sinalização está nas ciclovias (2,9); já em ruas comuns e calçadas compartilhadas a nota foi zero, indicando que nesses locais não há qualquer sinalização. 

 

Ana Paula Gonçalves Barros foi uma colaboradora que muito se empenhou na campanha Sinalize! Percorreu vários pontos de Brasília, e trouxe quase 40 avaliações da sinalização para ciclistas, pedestres e no transporte público.  No Eixinho L Sul, por exemplo – via marginal de acesso às quadras residenciais, e local de passagem de ônibus vindos das cidades satélites – ela se deparou com uma situação bem difícil para quem está a pé: “Esta área da 208 Sul (Eixinho L Sul) encontra-se praticamente sem sinalização para pedestres, existindo apenas a indicação de uma escola de italiano”, conta Ana Paula.

 

Metrô da 102 Sul não tem sinalização. Foto: Ana Paula Borba Gonçalves Barros 


Campanha Sinalize!

Os dados resultam do levantamento realizado pela campanha Sinalize!, do portal Mobilize Brasil, entre junho e julho deste ano. O trabalho foi realizado por voluntários e avaliou 25 cidades, com destaque para as 13 capitais, que obtiveram a seguinte colocação no ranking nacional: 

 

Curitiba (5,4)

Rio de Janeiro (4,6)

Porto Alegre (4,2)

São Paulo (3,8)

Belo Horizonte (3,6)

Recife (3,3)

Brasília (2,5)

Natal (2,5)

Salvador (2,1)

Cuiabá (1,9)

Maceió (1,6)

Fortaleza (1,3) 

Manaus (0,7) 

  

Na área de transporte público, foram verificados itens como as informações disponíveis nos pontos de parada e a sinalização no interior dos veículos, na maioria sistemas de ônibus ou corredores inteligentes de ônibus (BRTs), mas também metrôs, trens urbanos e até barcas, no caso do Rio de Janeiro.

 

Em relação à sinalização para pedestres, os avaliadores procuraram verificar a existência de faixas de travessia, placas de advertência, semáforos específicos para os pedestres e placas indicativas para orientação de quem opta por transitar a pé pelas cidades.

 

"O objetivo desse primeiro levantamento é chamar a atenção das autoridades e da opinião pública para a precariedade da sinalização voltada a quem não anda de automóvel. No Brasil, os passageiros chegam aos pontos de ônibus e não encontram nada que indique quais linhas de ônibus passam ali, a que hora passam e quais são seus itinerários. E também não há sinalização para ajudar os pedestres a encontrar os melhores caminhos ou para indicar os principais pontos de referência da região. Assim, quando podem, as pessoas preferem sair de carro, aumentando os congestionamentos urbanos", explica Eduardo Dias, coordenador da campanha Sinalize!

 

Du Dias, que é ciclista urbano, lembra que a avaliação também procurou olhar a sinalização voltada a quem usa a bicicleta como meio de transporte. À exceção das ciclovias recentemente implantadas em várias cidades, nas ruas não se vê placas, sinalização de solo ou semáforos específicos para ciclistas. "Essa carência aumenta as chances de acidentes envolvendo condutores de bicicletas e triciclos", afirma Dias.

 

Resultados

O ranking atual foi baseado em 372 avaliações em (123 de ciclistas, 128 de pedestres e 121 do transporte coletivo) em 25 cidades, mas o objetivo da campanha Sinalize! é ampliar essa amostragem com a participação de voluntários de outras localidades. 

 

Os resultados e formulários para avaliação estão disponíveis no site da campanha: www.mobilize.org.br/campanhas/sinalize/

 

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