Viaduto do VLT em Cuiabá deve ser interditado devido a fissuras na obra

Conhecido como 'viaduto da Sefaz', elevado está na Avenida do CPA. Consórcio responsável alega necessidade de analisar causa das fissuras

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Fonte: G1 MT  |  Autor: Renê Dióz  |  Postado em: 05 de agosto de 2014

Viaduto da Sefaz, na Avenida do CPA, em Cuiabá

Viaduto da Sefaz, na Avenida do CPA, em Cuiabá

créditos: Mayke Toscano/Secom-MT

 

O consórcio responsável pelas obras de implantação do metrô de superfície Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) em Cuiabá anunciou que uma das estruturas da obra, o viaduto Jamil Boutros Nadaf (conhecido como "viaduto da Sefaz"), será interditado para o fluxo de veículos por pelo menos duas semanas, a partir das 20h30 desta quarta-feira (6). O motivo é a análise de fissuras detectadas na estrutura.

 

Localizado na Avenida Historiador Rubens de Mendonça ("avenida do CPA") nas proximidades da sede da Secretaria de estado de Fazenda (Sefaz), o elevado em forma de ferradura serve como retorno ao centro para os veículos trafegando nas faixas com sentido ao bairro CPA. Ele foi construído como parte do projeto do VLT porque os trilhos do novo sistema de transporte deverão ser instalados no eixo da avenida.

 

De acordo com nota publicada pelo consórcio VLT, no final de julho técnicos que faziam manutenção das juntas de dilatação constataram "fissuras milimétricas" na estrutura do viaduto. Agora, os técnicos devem avaliar a possível origem das fissuras para precisar se será necessária alguma intervenção para corrigí-las.

 

Bloqueio

A partir das 20h30 desta quarta-feira, conforme anunciou o Consórcio VLT, o tráfego nas faixas do viaduto será bloqueado. Para substituir o papel do elevado como forma de retorno no sentido CPA - Centro, consórcio divulgou que será reativado o desvio que funcionava no período de obras – pelo canteiro central, em frente ao Shopping Pantanal.

 

Para quem estiver no sentido Centro – CPA e precisar acessar a área do Centro Político Administrativo (onde se localizam sedes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário), a orientação do Consórcio VLT é de que seja utilizado um segundo retorno, após o viaduto da Sefaz, acessando à esquerda a Rua C (perto da Praça das Bandeiras e da sede da Junta Comercial).

 

O Consórcio se comprometeu a sinalizar as rotas de desvio e organizar o trânsito utilizando barreiras de concreto. Outro aviso aos motoristas é de que não será possível realizar o desvio pelo canteiro central e acessar o Centro Político Administrativo por meio da rua Edgar Prado Arze (entre o Tribunal Regional do Trabalho e a Sefaz). Esta rua, aliás, segue como mão dupla.

 

Estrutura do viaduto já apresenta rachaduras. (Foto: Reprodução / TVCA)TCE já havia apontado risco de fissuras em outros
dois viadutos do VLT. (Foto: Reprodução / TVCA)

Fissuras

O risco da ocorrência de fissuras já havia sido objeto de alerta emitido em relatório técnico do Tribunal de Contas do Estado (TCE) para outros dois viadutos do projeto do VLT: o que se localiza no acesso ao campus da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) na Avenida Fernando Corrêa da Costa e o situado em frente ao Aeroporto Marechal Rondon, na Avenida João Ponce de Arruda, em Várzea Grande (região metropolitana de Cuiabá).

 

A causa desse risco, segundo apontou o TCE, seria justamente a inexistência de juntas de dilatação nas estruturas dos trilhos para passagem do VLT nos dois elevados. As juntas são espaços propositalmente deixados entre partes da mesma estrutura a fim de que os materiais possam se movimentar ou se expandir por dilatação térmica sem comprometer a totalidade da obra. A ausência desse espaço é fator que propicia a ocorrência de fissuras na estrutura.

 

O conjunto de obras para implantação do sistema do VLT foi licitado por mais de R$ 1,477 bilhão para a Copa do Mundo, mas o prazo original de execução dos trabalhos (em março deste ano) foi descumprido e posteriormente transferido para dezembro. Porém, o governo já admitiu ter perdido o controle sobre as obras e reconheceu necessidade de planejar um novo cronograma para elas. Por enquanto, não há perspectiva de quando exatamente o sistema deve ficar pronto.

 

 


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