Ciclistas do Amapá convivem com perigo iminente em ruas e estradas

Ciclista de 50 anos foi atropelado quando socorria amiga em estrada de Macapá. Grupos de fins de semana e até profissionais reclamam da falta de sinalização

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Fonte: Globo Esporte  |  Autor: Gabriel Penha  |  Postado em: 05 de agosto de 2014

Ciclistas se despedem de empresário morto em acide

Ciclistas se despedem de empresário morto em acidente

créditos: Jonh Pacheco/G1-AP

 

Pedalando. Foi assim que os amigos se despediram do empresário Roberto de Souza Fernandes, de 50 anos, cujo corpo foi enterrado na tarde de segunda-feira (4), no cemitério São José, em Macapá.

 

“Bob”, como Roberto era conhecido pelos amigos, morreu na manhã de domingo (3) ao ser atropelado quando tentava ajudar uma amiga que estava com o pneu da bicicleta furado, na rodovia JK, nas proximidades do distrito de Fazendinha, a cerca de 9 quilômetros de Macapá. Eles faziam parte de um grupo de seis ciclistas acostumados a fazer trilhas nos fins de semana.

 

Roberto era um apaixonado por esportes. Além do pedal, também fazia parte da diretoria da Associação Brasileira de Surfe na Pororoca (Abaspo). Mas, como o surfe acontece em épocas sazonais, a bicicleta era o lazer do empresário nos fins de semana.

 

E ele não estava só nessa escolha. Nos dias de folga, em especial aos domingos, é comum ver grupos de ciclistas percorrendo as rodovias JK, Duca Serra – que ligam a capital a Santana e Mazagão, respectivamente – AP-70, com destino à região da Pedreira, na região rural de Macapá.

 

Assim como quem usa bicicleta como transporte cotidiano, os ciclistas que escolheram a “magrela” como forma de praticar exercício físico ou mesmo competir sofrem com a falta de espaços próprios e adequados. Dados da Prefeitura de Macapá e do IBGE mostram que Macapá tem 0,39% de ciclovias e ciclofaixas em sua malha viária.

 

A bacharel em direito e radialista Ediane Borges faz parte dos que adotaram a bike como forma de exercício físico e lazer. Aos fins de semana junta-se a um grupo que inclui também os irmãos e o cunhado para ganhar a estrada. Ela relata que mesmo com medidas de segurança adotadas pelos ciclistas, o perigo é iminente.

 

"A falta de sinalização na JK, na rodovia do Curiaú e na Duca Serra é sinônimo de cuidado redobrado. No caso da Duca Serra, ainda há a escuridão pela parte da noite. Nossas autoridades deveriam olhar com mais zelo e respeito por essas estradas e evitar novas tragédias e perdas", desabafa.

 

Quem pedala profissionalmente também sofre com essa falta de espaço. Para a disputa de provas oficiais, a rodovia AP-070 foi adotada como circuito. Os atletas dividem espaço com os carros e motos que se deslocam para o interior. Mesmo sem nenhum incidente durante as competições, os organizadores se preocupam.

 

"Temos o Norte e Nordeste [de ciclismo], provas da Confederação Brasileira, de 22 a 24 de agosto. Virão competidores de vários estados, mas não temos segurança para os nossos atletas", argumenta Ademar Rodrigues, vice-presidente da Federação Amapaense de Ciclismo (FAC).

 

Protestos

Não raro, ciclistas amadores e profissionais se reúnem para reivindicar melhorias e espaços adequados para o ciclismo em Macapá. Nos atos, a proposta é chamar a atenção para o alto índice de violência, protestar contra o grande número de acidentes de trânsito, reivindicar respeito aos ciclistas, além de celebrar o pedal como esporte.

 

Grupo de ciclistas protesta em rodovia do Amapá (Foto: Jonhwene Silva/GE-AP)Grupo de ciclistas protesta na rodovia JK, a mesma onde aconteceu o acidente que vitimou o empresário no domingo (3) (Foto: Jonhwene Silva/GE-AP)

 

"Queremos chamar a atenção da sociedade e do poder público para a violência, seja urbana ou no trânsito e exigir medidas eficientes para diminuir esses índices", disse Maurício Guedes, durante o "Pedal da Paz", uma das passeatas que ajudou a organizar.

 

Um novo protesto está marcado para as 18h desta terça-feira (5), na Praça da Bandeira, Centro de Macapá. Além de reforçar a bandeira do ciclismo como forma de esporte e lazer, será prestada homenagem a Roberto de Souza Fernandes.

 

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Enfim, boas notícias 


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