Começa a funcionar comercialmente amanhã, sábado (2), após ter sido "inaugurada" em fevereiro pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), a estação Adolfo Pinheiro, da linha 5-lilás do Metrô de São Paulo. Trata-se da 24ª estação aberta desde 1995, quando os tucanos assumiram o governo paulista, segundo levantamento do UOL.
As inaugurações desse período se concentraram em anos de eleição: 19 das 24 paradas foram entregues em anos de votação para governador, o que representa 79% do total.
Por meio de nota, o governo de São Paulo afirmou à reportagem do site que "a mera suposição de que essas obras poderiam ter seus prazos de entrega manipulados de forma a atender interesses eleitorais é ofensiva". "Trata-se de uma ilação sem fundamento na realidade", acrescentou a assessoria de Alckmin.
Segundo o governo paulista, "as obras do metrô são feitas de modo a serem entregues o mais rápido possível para a população, de acordo com um cronograma de construção e implantação seguido pelas empresas responsáveis".
Já a Companhia do Metrô afirmou, também em nota, que "as estações são entregues de acordo com o cronograma de obras, assim que concluídas, independentemente de períodos eleitorais".
Estação Adolfo Pinheiro
A partir deste sábado, a estação Adolfo Pinheiro passa a funcionar comercialmente e amplia para sete o número de paradas da linha 5-lilás. Situada na zona sul da capital paulista, o trecho permanece sem conexão com outras linhas do sistema metroviário. Seu único entroncamento com a rede sobre trilhos é com a linha 9-esmeralda, da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).
O Metrô prevê que a extensão completa da linha 5 e suas conexões com as linhas 1-azul e 2-verde só serão concluídas em 2016.
A expectativa de movimento da estação Adolfo Pinheiro é de 14 mil passageiros por dia, segundo a empresa. As restrições da legislação eleitoral, vetando a presença de candidatos em eventos assim, impedirão que o candidato à reeleição Alckmin participe da efetiva inauguração da parada.
Das obras prometidas, só 13% serão entregues
O governador Geraldo Alckmin terminará seu mandato em 2014 sem cumprir a promessa de expansão do metrô. Há dois anos, o tucano prometia entregar 30 km de metrô até 2014, mas deverá entregar apenas 4 km (13% da extensão prometida).
Até o fim do ano, além do primeiro quilômetro neste sábado (estação Adolfo Pinheiro), o Metrô promete inaugurar o trecho Vila Prudente-Oratório do monotrilho da linha 15-prata, com extensão de 2,9 km, e a estação Fradique Coutinho, uma das paradas intermediárias da linha 4-amarela. Antes disso, no início da gestão em 2011, foram abertas as estações Butantã, Pinheiros, Luz e República (linha 4-amarela).
Até 2012, Alckmin confiava concluir o monotrilho da linha 15-prata (Vila Prudente-Cidade Tiradentes), com mais de 24 km de extensão na zona leste; fazer avançar a linha 5-lilás, na zona sul; e entregar as estações restantes da linha 4-amarela, na zona oeste.
O resultado é outro: o governo deverá terminar com 9,3 km de novos trechos entregues. A marca representaria a média 2,3 km por ano, superior à media atual da era tucana, que é de 1,6 km.
Entre 1995 e 2014, com governos sucessivos do PSDB, o Metrô teve um acréscimo de 32 km à sua rede. Nos primeiros 27 anos de sua história, o Metrô contou com um ritmo mais forte de obras. Entre 1968 e 1994, a rede saiu do zero e chegou à marca de 43 km de extensão, uma média de 2,7 km por ano.
Estações inauguradas em anos eleitorais na era tucana (dados do Metrô):
Adolfo Pinheiro (2 de agosto de 2014)-
Tamanduateí (21 de setembro de 2010)
Vila Prudente (21 de agosto de 2010)
Paulista e Faria Lima (25 de maio de 2010)
Sacomã (30 de janeiro de 2010)
Chácara Klabin (9 de maio de 2006)
Santos-Imigrantes (15 de abril de 2006)
Largo Treze, Santo Amaro, Giovani Gronchi, Vila das Belezas, Campo Limpo e Capão Redondo (20 de outubro de 2002)
Sumaré e Vila Madalena (21 de novembro de 1998)
Jardim São Paulo, Parada Inglesa e Tucuruvi (29 de abril de 1998)
*Editado por Regina Rocha/Mobilize Brasil
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