O Mobilize lançou no mês passado, em sintonia com a campanha Sinalize!, a seguinte pergunta aos leitores caminhantes, que enfrentam o desafio diário de orientar-se por nossas ruas e avenidas: "Qual o principal problema de sinalização urbana em sua cidade?"
Hora de encerrar a enquete, é a vez de conferirmos os resultados. Ao leitor, o próximo passo, sugerimos, é se engajar na campanha de sinalização do Mobilize. Basta entrar na página do Sinalize!, imprimir o formulário e sair in loco checando a qualidade da sinalização nos espaços de sua cidade.
Agora, os resultados da enquete. De bate-pronto, o que chamou mais a atenção nas respostas foi que a maioria das pessoas (62,75%) assinalou a alternativa "todas as anteriores". Ou seja, quando o assunto é sinalização para não-motorizados, pode-se afirmar que nossas cidades estão muito longe do padrão de qualidade esperado: falta de tudo um pouco.
Vejam as porcentagens de respostas para cada alternativa da enquete:
1. Falta de faixa de pedestres: 7,84%
2. Tempo curto de abertura dos sinais para pedestres: 10,78%
3. Ausência de sinais para deficientes físicos: 7,84%
4. Falta de mapas para orientação aos pedestres: 10,78%
5. Todas as anteriores: 62,75%
O leitor comenta
Além de votar, muitos leitores deram depoimentos, todos reveladores da não atenção das administrações públicas para com este direito do cidadão:
O leitor James, por exemplo, mandou uma mensagem que mostra quão mal informada anda a população de sua cidade, Manaus (AM). Ele diz: "Sendo muito sincero, eu nem sabia que existia sinais para deficientes físicos e, mesmo que soubesse, tenho quase certeza de que em Manaus não teria nada disso...". E denuncia em seguida "a falta de calçadas adequadas para deficientes físicos ou mesmo mais decentes para todos."
O curto tempo para atravessar também é citado pelos leitores. Sebastião Moreira, de Vitória (ES), conta que o mesmo nas vias com faixas pintadas, há "zero segundo" para o pedestre passar, a exemplo dos cruzamentos da av. Desembargador Santos Neves com rua Eugênio Neto e da rua Saul Navarro com Aleixo Neto. "Nesses trechos, o pedestre se vê sempre no meio dos carros, que "estão sempre liberados, vindos de um lado ou do outro", diz ele.
Já em Aracaju (SE), além da falta de faixas, e do tempo "curtíssimo" do sinal de pedestres, muitos motoristas desrespeitam o pedestre, sem que haja qualquer fiscalização contra essa prática, reclama o leitor Paulo, acrescentando que na capital sergipana inexiste também sinalização para o deficiente físico, ou sequer política de mobilidade não-motorizada. Por fim, avalia o leitor: "Não há mapas do sistema de transporte, nem das ruas, o que dificulta a circulação seja a pé, de bicicleta ou de ônibus", conclui.
Situação semelhante à relatada pela leitora Milda, de Ribeirão Preto (SP): "Aqui os pedestres têm baixa prioridade. As faixas são mal posicionadas e há motoristas que simplesmente não respeitam a travessia das pessoas".
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