O custo dos congestionamentos na região metropolitana do Rio atingiu R$ 29 bilhões em 2013. Este valor equivale a 8,2% do Produto Interno Bruto metropolitano, valor superior ao PIB individual do Acre, Amapá, Piauí, Roraima e Tocantins.
As informações, que estão na pesquisa da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), foram divulgada nesta segunda-feira (28), mesmo dia em que os cariocas enfrentaram os reflexos do primeiro dia útil do fechamento da Avenida Rodrigues Alves.
O Sistema Firjan calculou que este ano, já considerando reflexos das obras de mobilidade em execução e a redução estimada do tamanho dos congestionamentos, este valor deverá sofrer uma redução de 13,8%, caindo para R$ 25 bilhões. Este valor será mantido em 2015, mesmo com um pequeno aumento da extensão dos congestionamentos (0,9%).
De acordo com o responsável pela pesquisa da Firjan, Riley Rodrigues, o custo do congestionamento leva em consideração o tempo em que as pessoas economicamente ativas ficaram paradas no trânsito e o gasto extra com combustível.
"Quando as pessoas ficam paradas no trânsito, há uma produção perdida. Por exemplo, esse tempo perdido poderia ser usado por ela para ganhar uma hora extra. Uma outra situação são as multas por entregas atrasadas devido ao congestionamento. Esse custo considera tudo aquilo que impacta na produção perdida. A outra questão é o gasto extra com combustível. Quando você reduz a velocidade, há um aumento com o gasto do combustível. Um veículo a 20 km por hora parado num congestionamento gasta até 30% a mais que um outro andando continuamente a 40 km por hora" - explicou Rodrigues, informando que cada trabalhador impactado teve perdido R$32,06 por dia.
Apesar da redução do tamanho dos congestionamentos sugerida pela pesquisa, caso não haja novos investimentos para a ampliação da cobertura do transporte de massa (trens e metrô) e para aumentar o uso da Baía da Guanabara para os deslocamentos intermunicipais de longa distância, a partir de 2016 ocorrerá o aumento do custo dos congestionamentos, refletindo o aumento da extensão, do tempo e do número de pessoas afetadas. Este aumento poderá levar a um custo total de R$ 40 bilhões em 2022.
A pesquisa cita os investimentos dos governos municipais, estadual e federal em obras para melhorar a infraestrutura da região metropolitana do Rio. Destacam-se o Arco Metropolitano (que desviará da zona urbana o tráfego de longa distância, especialmente de carga), o sistema de Bus Rapid Transit (BRT), formado pelas linhas TransCarioca, TransOlímpica, TransOeste e TransBrasil (no Rio de Janeiro) e a planejada TransBaixada (na Baixada Fluminense, ao longo da Via Light, na Baixada Fluminense). Além da construção de 14 quilômetros de linhas de metrô e da modernicação do sistema ferroviário.
Os investimentos em curso serão importantes para reduzir os engarrafamentos. De fato, estimativas do Sistema Firjan, com base nos dados de tráfego da Companhia de Engenharia de Tráfego da Prefeitura do Rio de Janeiro e do Plano Diretor de Transporte Urbano da RMRJ, indicam que os congestionamentos na região metropolitana do Rio serão reduzidos nos próximos três anos. Contudo, novas obras precisam ser realizadas de modo a garantir o atendimento da demanda por transporte. “Caso não sejam feitos novos investimentos em infraestrutura de transportes e considerando as projeções de crescimento populacional e de frota de veículos, em 2017 a extensão dos congestionamentos retornará aos índices de 2013 e poderá atingir 182 quilômetros em 2022”, avaliou a pesquisa.
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