Questões comuns entre os ciclistas como onde é seguro andar de bicicleta, por onde pedalam os grupos de ciclistas de Florianópolis e quais são as regras para transportar uma bicicleta no avião ou no ônibus podem ser respondidas pelo aplicativo Bicicletando.
Criado para auxiliar a turma do pedal e fomentar o uso da magrela nas grandes cidades, o mecanismo possibilita ainda a participação dos usuários que informam, por exemplo, onde há riscos de acidentes ou assaltos. O serviço permite o acúmulo de quilos de carbono que podem render descontos em produtos ou serviços nas marcas parceiras.
Por meio do aplicativo o ciclista pode saber, por exemplo, quais são as vias onde é possível pedalar e quais estabelecimentos comerciais oferecem locais para estacionar a bike. O serviço está disponível em todas as capitais do país. “Nossa intenção é inspirar as pessoas a usarem a bicicleta para se deslocar pelas cidades mapeadas”, diz o idealizador do movimento Bicicletando, Fabrízzio Amabile Topper.
Ele mora em São Paulo (SP), mas com frequência visita os pais, em Jurerê, no Norte da Ilha, para onde segue de bicicleta após desembarcar no aeroporto Hercílio Luz. “O aplicativo mostra um mapa da integração entre o sistema de transporte público e também as regras das empresas aéreas”, afirma. A intenção de desenvolver o aplicativo surgiu após uma viagem de mais de 3 .000 quilômetros que o consultor de planejamento fez pela Europa, em companhia da mulher, Perla Amabile Topper, 31. “Visitamos 62 cidades para verificar como era o convívio entre ciclistas, pedestres e veículos. Percebemos que a maioria dos lugares adotou a bicicleta por necessidade. Mas o uso só funcionou de fato quando a população abraçou a ideia”, destaca.
Topper conta que levou um ano para mapear todas as capitais brasileiras e preparar o aplicativo, lançado em abril. Por enquanto, o Bicicletando só pode ser baixado em celulares Apple. Nos próximos 45 dias estará disponível para Android e Windows. Na fã page no Facebook, o movimento Bicicletando já tem mais de 140 mil seguidores.
Educação e guard-rail para proteger ciclistas
“As ciclovias são muito importantes, mas a educação é a melhor ferramenta para conscientizar as pessoas sobre o compartilhamento das vias”, defende Fabrízzio Topper, ao lamentar que muitos motoristas fazem os ciclistas se sentirem inconvenientes.
Topper lamenta a falta de defensas na SC-401, especialmente no perímetro entre o bairro Ratones e Jurerê. “Falta proteção. Nestas imediações muitos ciclistas perderam a vida ao serem atingidos por veículos dirigidos por motoristas bêbados, recém-saídos de baladas nas proximidades”, lamenta, ao ressaltar que metade dos 80 milhões de usuários de bicicleta no Brasil pedalam para ir e voltar do trabalho.
Aplicativo se tornou companheiro
O professor de arquitetura Bell Rodrigo Brito põe luvas, capacete e, antes de tocar o pedal, visualiza o itinerário a ser percorrido. “Penso que quanto mais usuários melhor, porque eles passam informações bem pertinentes sobre obras nas vias, acidentes ou congestionamentos”, diz.
Brito adquiriu a bicicleta dobrável e elétrica há dez anos, por falta de condições de comprar um automóvel. Mais tarde comprou o veículo e deixou-o para uso da noiva. “Desloco-me para o trabalho de bike e, ao menos uma vez por semana, me reúno com um grupo para pedalar”, conta o morador do bairro Itacorubi, ao detalhar que costuma utilizar a bicicleta e o aplicativo em todas as suas viagens para fora de Florianópolis.
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