Na noite de quinta-feira (10), a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) apresentou uma nova etapa de complementação das obras da ciclovia do Bairro Santa Cecília, na Zona Leste de Porto Alegre. O projeto tinha previsão de conclusão para dezembro de 2013, mas foi atrasado em razão das obras da Copa do Mundo. O novo prazo anunciado pela empresa é final de 2014.
Com o atraso e a reformulação do projeto, a ciclovia deve ganhar extensão e chegará até a Zona Norte, ligando a Avenida Ipiranga à Praça da Encol. O novo trajeto apresentado pela EPTC tem 1,5 km e passa pela Rua Santa Cecilia, Avenida Neusa Goulart Brizola e Avenida Nilópolis. Na segunda etapa será incluída ainda a Avenida Nilo Peçanha, em direção ao Shopping Iguatemi.
Entre os moradores o projeto não tem sido unanimidade e tem gerado muita discussão. O ponto mais polêmico é a passagem da faixa de ciclistas pela Rua Santa Cecília. De acordo com moradores mais antigos, a via é mais estreita que as outras e vagas de estacionamento teriam de ser retiradas para acomodar a faixa de ciclovia. O medo deles é de que isso possa gerar também prejuízos econômicos.
A EPTC admitiu que pode fazer mudanças no projeto, através de sugestões dos moradores. A empresa se pronunciou dizendo que pode discutir como a ciclovia será feita, mas que pela lei a faixa passa pela Santa Cecília. Outra reunião deve ser marcada com os moradores do bairro para discutir o tema.
Ciclistas apontam vantagens e problemas no novo trajeto
A nova rota do trajeto porém também tem apoiadores. Para o presidente da Associação de Ciclistas de Porto Alegre, Pablo Weiss, a rua tem vantagens. "A Santa Cecília tem menor tráfego de veículos e é mais segura. A Vicente da Fontoura, como defendem os moradores é mais perigosa", defende ele.
Uma das mudanças necessárias no novo trajeto foi o deslocamento da ciclovia para o canteiro central entre a Avenida Lucas de Oliveira e a Praça da Encol. "O problema do canteiro central é que a ciclovia fica isolada, sem comunicação com as ruas adjacentes", opina o ciclista Beto Flach.
Entre debates e discussões, no entanto, as faixas de ciclovia na cidade podem ser apenas questão de tempo e adaptação, como lembra o espanhol Iker Martin, que vive há dois anos na capital gaúcha. "Lá também houve brigas e discussões na hora de fazer as ciclovias, mas depois os comerciantes viram que isso era bom, gerava público para as lojas", relata.
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